(Leonardo Coimbra
(1883-1936) Natural da vila da Lixa, próximo de Amarante, foi uma das figuras mais proeminentes do movimento da Renascença Portuguesa, que fundou, juntamente com Teixeira de Pascoaes, António Sérgio e Raul Proença entre outros. Entre 1919 e 1931 foi professor de Filosofia na Faculdade de Letras do Porto, por ele criada quando, pela primeira vez, ocupou o cargo de ministro da Instrução Pública.
POESIA/ SAUDOSISMO
(de leonardo coimbra, pascoaes, sérgio e raul proença)
O SAUDOSISMO,
no sentido estrito, é uma atitude perante a vida que, segundo Pascoaes e muitos outros, constitui feição típica da literatura portuguesa, tanto culta como popular, logo traço definidor da «alma nacional».
Essa atitude interpretou-a o autor de Marânus atribuindo à saudade amplas dimensões e profundo significado, arvorando-a mesmo em princípio enformador dum ressurgimento pátrio. A atmosfera mental portuguesa estava então impregnada do idealismo e do nacionalista tradicionalista que se haviam desenhado na última década do séc. XIX e de que Alberto Oliveira fora um primeiro doutrinador.
Segundo Joel Serrão, a ideação de Sampaio Bruno exposta em O Encoberto (1904), em que se debruça sobre a decadência dos povos peninsulares, «exerceu influência decisiva, conquanto difusa (como é timbre do esoterismo) nas ideias-forças da 'Renascença Portuguesa' (1912) e constituiu, possivelmente, um dos impulsos iniciais do saudosismo». A «Renascença Portuguesa» congregou muitos espíritos animados do desejo de, agindo no plano da cultura, promover a reconstrução do país, minado pelas dissenções políticas que a instituição da República não viera sanar
TEIXEIRA DE PASCOAES em Versos Pobres.
Que saudades eu sinto desta flor,
Que vai murchar!
E desta gota de água e de esplendor,
Um pequenino mundo que é só mar.
E desta imagem que por mim passou
Misteriosamente.
E desta folha pálida e tremente
Que tombou...
Da voz do vento que me deixa mudo,
E deste meu espanto de criança.
Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo
É feito de lembrança...
Essa atitude interpretou-a o autor de Marânus atribuindo à saudade amplas dimensões e profundo significado, arvorando-a mesmo em princípio enformador dum ressurgimento pátrio. A atmosfera mental portuguesa estava então impregnada do idealismo e do nacionalista tradicionalista que se haviam desenhado na última década do séc. XIX e de que Alberto Oliveira fora um primeiro doutrinador.
Segundo Joel Serrão, a ideação de Sampaio Bruno exposta em O Encoberto (1904), em que se debruça sobre a decadência dos povos peninsulares, «exerceu influência decisiva, conquanto difusa (como é timbre do esoterismo) nas ideias-forças da 'Renascença Portuguesa' (1912) e constituiu, possivelmente, um dos impulsos iniciais do saudosismo». A «Renascença Portuguesa» congregou muitos espíritos animados do desejo de, agindo no plano da cultura, promover a reconstrução do país, minado pelas dissenções políticas que a instituição da República não viera sanar
TEIXEIRA DE PASCOAES em Versos Pobres.
Que saudades eu sinto desta flor,
Que vai murchar!
E desta gota de água e de esplendor,
Um pequenino mundo que é só mar.
E desta imagem que por mim passou
Misteriosamente.
E desta folha pálida e tremente
Que tombou...
Da voz do vento que me deixa mudo,
E deste meu espanto de criança.
Que saudades de tudo eu sinto, porque tudo
É feito de lembrança...
COMENTÁRIO
A saudade, essa palavra bem portuguesa, aqui tão bem expressa nestes versos de Joaquim Pascoaes..
"Viver em poesia, por obra e graça da Imaginação, é também viver saudosamente. Misto de lembrança e aspiração, logo simultaneamente virada para o passado e para o futuro, a saudade permite ora evocar com doce melancolia, ora reviver jubilosamente a infância, recuperando a inocência perdida, diz JACINTO PRADO COELHO..
Poesia... espaço de prazer.
Vamos poetar...
A saudade, essa palavra bem portuguesa, aqui tão bem expressa nestes versos de Joaquim Pascoaes..
"Viver em poesia, por obra e graça da Imaginação, é também viver saudosamente. Misto de lembrança e aspiração, logo simultaneamente virada para o passado e para o futuro, a saudade permite ora evocar com doce melancolia, ora reviver jubilosamente a infância, recuperando a inocência perdida, diz JACINTO PRADO COELHO..
Poesia... espaço de prazer.
Vamos poetar...
João Brito Sousa
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