terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

REFLEXÃO FILOSÓFICA

(Padre António Vieira)
O PRMEIRO AMOR
padre Antómno Vieira

Questão é curiosa nesta Filosofia, qual seja mais precioso e de maiores quilates: se o primeiro amor, ou o segundo? Ao primeiro ninguém pode negar que é o primogénito do coração, o morgado dos afectos, a flor do desejo, e as primícias da vontade. Contudo, eu reconheço grandes vantagens no amor segundo.

O primeiro é bisonho, o segundo é experimentado; o primeiro é aprendiz, o segundo é mestre: o primeiro pode ser ímpeto, o segundo não pode ser senão amor. Enfim, o segundo amor, porque é segundo, é confirmação e ratificação do primeiro, e por isso não simples amor, senão duplicado, e amor sobre amor.

É verdade que o primeiro amor é o primogénito do coração; porém a vontade sempre livre não tem os seus bens vinculados. Seja o primeiro, mas não por isso o maior. Padre António Vieira, in "Sermões"

QUEM É OPADRE ANTÓNIO VIEIRA?

PADRE Antônio Vieira (Lisboa, 6 de fevereiro de 1608Bahia, 17 de junho de 1697) foi um religioso, escritor e orador português da Companhia de Jesus. Um dos mais influentes personagens do século XVII em termos de política, destacou-se como missionário em terras brasileiras. Nesta qualidade, defendeu infatigavelmente os direitos humanos dos povos indígenas combatendo a sua exploração e escravização. Era por eles chamado de "Paiaçu" (Grande Padre/Pai, em tupi).

António Vieira defendeu também os judeus, a abolição da distinção entre cristãos-novos (judeus convertidos, perseguidos à época pela Inquisição) e cristãos-velhos (os católicos tradicionais), e a abolição da escravatura. Criticou ainda severamente os sacerdotes da sua época e a própria Inquisição.

Na literatura, seus sermões possuem considerável importância no barroco brasileiro e as universidades frequentemente exigem sua leitura.

MEU COMENTÁRIO

Estranha-se o facto de o PADRE ANTÓNIO VIEIRA vir falar de amor, pois em princípio, foi sempre uma matéria ( o amor carnal) vedada aos senhores Padres.

Onde se revela mais pureza no amor, se no primeiro se no segundo? A lógica de Vieira inclina-se para o segundo.

A prosa de Vieira é merecedora de crédito. Todavia não sei se será bem assim.

O melhor amor não é o primeiro nem o segundo. O melhor amor é aquele que é amor puro. É aquele que é autentico.

Só aqueles que desfrutaram das duas situações o poderão dizer qual o melhor. Cada tipo de amor terá o seu encanto,

Para mim, vence sempre o amor, quer seja à primeira quer seja à segunda.

João Brito SOUSA

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