domingo, 3 de fevereiro de 2008

PORQUE HOJE É DOMINGO

(igreja de S.Francisco, PORTO)
PORQUE HOJE É DOMINGO

“.... não foi este o mundo que me prometeram.”

Baptista Bastos

AO MÁRIO FITAS VICENTE.
HOJE É DIA DE MISSA e não sei bem ainda quais são os hábitos das pessoas do Porto neste domínio. Eu, que sou católico e pouco praticante, ainda não estive presente em nenhuma sessão espiritual conduzida pelo senhor Prior.

Qualquer dia, lá terei de me disponibilizar para estar presente numa dessas sessões, pois não sou contra. As casas de Deus ou as igrejas, são lugares frescos, onde se pode reflectir e onde, paradoxalmente, me sinto bem.

O problema da existência de Deus não me é indiferente e não sabia que sentia necessidade de lá ir. Mas tenho. O mundo em que vivemos não nos acolhe como deveria ser sua obrigação; pelo contrário, agride-nos com decisões de má índole e prejudica-nos. É impressionante a malvadez dos políticos e as suas tomadas de decisão. No fundo, estamos sós sem possibilidade de defesa.

Andamos meio atordoados com isto tudo. Ficamos confusos e perdidos. E depois temos vontade de ir à Igreja, numa perspectiva de encontrarmos lá um sorriso, um carinho, uma palavra de esperança. Mas em vez disso ... às vezes, encontramos pessoas sem abrigo. E vimos pior...

HOJE É DIA DE ALMOÇAR FORA. Vamos eu e a minha mulher almoçar ao Chefe Almeida, em Campo. È bom e é barato.

Como já disse, levanto-me todos os dias cedo. Hoje também. Comecei por vir ver as notícias na net e depois andei por aí, tomei o pequeno almoço e às tantas plantei-me frente à TV. Estava ligado a um canal que vomitava notícias. As notícias vinham e eu percebia que não estava a perceber nada do que diziam os jornalistas. Nisto entra a minha mulher com o café , leite e pão, pára dez segundos em frente ao televisor e diz-me, estás a ver isto, e eu, a ver isto o quê?... e ela, óh homem, então tu estás aqui há dez minutos e não sabes o que é que eles estão a falar?... não, disse eu.. e ela , óh valha-me Deus, não percebes nada de nada. E é verdade, não percebo nada de nada.

O MEU SONETO DE DOMINGO

NÃO PERCEBO

Se me perguntarem quem é Deus, não sei nada!...
E se me perguntarem outra coisa qualquer...
Igualmente não sei... vejam bem esta “barracada”.
Só sei que nada sei, é o que eu sei, está bem de ver.

Morrem no Iraque e se os xiitas flagelam-se... tento ignorar...
Penso que o mundo está perdido e o melhor é nada saber.
Ando mais feliz assim; uma espécie de cabeça no ar,
Até me faço de maluco e do que eu vejo nada quero ver

Mas há aí uma coisa que gostava mesmo de tentar fazer!...
Queimar madeiras, PIROGRAFIA, è o que isto quer dizer
Há um amigo meu que até vai fazer com isso uma exposição.

Mas tenho receio que fique a saber de mais e tenho medo
Que se passe a ideia que eu sei tudo e eu de nada percebo
O que quero perceber é se os meus amigos o são ou não.

E assim se passam os meus dias.


João Brito Sousa

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