AO ADOLFO PINTO CONTREIRAS
ANTECEDENTES PRÓXIMOS
A propósito de um artigo do Arnaldo Silva e do Diogo Sousa, convidei o Adolfo Pinto Contreiras para vir a terreiro discutir aí uns assuntos connosco. E o Adolfo veio e disse de sua justiça.
Mas, a coisa, aparentemente agudizou-se, quando eu disse que as reformas que este governo estava a fazer não eram nenhumas e para complicar ainda mais as coisas, veio o Dr. Jorge Sampaio e disse: -“o Portugal que eu quero estará aí em 2018”:
Entretanto o Diogo Costa Sousa, perguntou: REFORMA, REVOLUÇÃO OU DIÁLOGO?
E eu disse, Revolução hoje, já e à bala..
E, mais coisa menos coisa, daí resultou este texto do Adolfo, que vai a seguir, que eu proponho para um debate de ideias.
Exige-se apenas que cada um se respeite a si próprio.
O TEXTO É ESTE , que eu dividi por pontos.
1 - Incompreensível é tu dizeres-te pacifista, pois rebateste sempre a Guerra Colonial nessa perspectiva, e agora que vivemos em democracia queres uma revolução e balas já.
2 - Uma revolução sobre um país pobre mas que tem a riqueza social de viver em liberdade de expressão e opinião, sem presos políticos funcionando em pleno Estado de Direito, significa uma "Pinochada". Por acaso é isso que achas que faz falta e resolve os problemas do país e não as reformas que se impõe fazer pelos mecanismos de concertação e diálogo que só a democracia proporciona?
3 - Se pensas assim reafirmo-o, não contes comigo para a tua trincheira, estarei sempre do lado da democracia e da liberdade.
4 - Eu tenho acompanhado a par e passo o que escreves desde o início do teu blog e confesso , cada vez percebo menos o teu pensamento; um dia és pacifista no outro revolucionário, não dá para entender.
5 - Quanto aos que mudam para pior ou aos que a vaidade cega, se é para mim, não tens que desistir ou não, somos ambos livres para desistir.
6- Cumprimenta-te o Adolfo.
AS MINHAS RESPOSTAS AO ADOLFO SÃO:
Sobre o texto a seguir, tenho a dizer que:
AS MINHAS RESPOSTAS AO ADOLFO SÃO:
Sobre o texto a seguir, tenho a dizer que:
1 – Concordo que seria uma atitude incompreensível, alguém que se diga pacifista vir agora reivindicar a guerra, com balas e tudo e já..
Eu, realmente disse isso, guerra com balas e tudo já, mas não era isso que eu queria. A minha frase foi interpretada extensivamente, ou seja, dela se concluiu mais daquilo que pretendi dizer.
Mas já que falei em revolução, mantenho a proposta e a revolução que eu defendo, em Democracia, a cujo sistema político sou fiel, é a revolução a operar no campo das ideias. Há tanta coisa que podemos discutir
Já agora dizer que a razão de ser da minha proposta de revolução, tem a ver com o que diz hoje, VICENTE JORGE SILVA no SOL, que é:
“ Naturalmente, o governo acusa o desgaste de três anos de políticas, que, com frequência misturaram o ataque a privilégios corporativos com o desprezo pelos direitos sociais, o agravamento das desigualdades ou a própria demissão das suas responsabilidades (de que foi exemplo a recente declaração do ministro do Ambiente sobre as cheias)
E mais, ... há um vazio político e a vida portuguesa tem o seu horizonte bloqueado...
E por aqui me fico, dizendo que revolução no campo das ideias , sim...
2- Lógico que não sou apologista de Pinochadas, não as desejo. E quanto as reformas de que falas, elas não estão a credibilizar o Governo e o País mostra isso através das sondagens que mostram o PS em queda, arriscando-se a perder a maioria absoluta., derivado do mal estar social vigente em tantos sectores da vida portuguesa.
3 – Tal como tu, estarei sempre do lado da democracia e da liberdade.
4 – Aceito a tua observação sobre ser umas vezes pacifista outras revolucionário. Mas dir-te-ei que os revolucionários não quererão propriamente a guerra em si mesmo, mas sim a paz, não, claro, a paz podre....
Mas cultivo um pensamento democrático
Quanto às tuas visitas ao meu blogue, fico-te agradecido por esse facto.
5 – Retiro as minhas palavras por descabidas.
È tudo.
È tudo.
Aceita os cumprimentos do
João Brito Sousa
João Brito Sousa
Ainda as Fogachadas
ResponderEliminarPois...
O amigo Brito, com as suas drásticas propostas de Revolução à fogachada, carreou para aqui, como não poderia deixar de ser, opiniões, a "dar-lhe no canelo", de mais alguém que, já tendo demonstrado a força da sua personalidade e a lucidez das suas ideias, não perfilha os mesmos propósitos. À fogachada, não! Também digo eu.
O amigo Adolfo, será dos meus, na sua convicção de que uma Revolução "à lei da bala" não resolveria os problemas da frágil economia do nosso País. E muito menos se ela vier com o sinal de "Pinochada".
Mas, amigo Adolfo, explique aí para nós percebermos, como se pode chegar a medidas de Reforma de que o País carece, pela via do Diálogo, com um partido maioritário na AR a sustentar as medidas do Governo ?!
Já aqui o disse, e volto a reiterar, é minha convicção de que não há Diálogo possível no sistema da nossa actual Democracia. Cada Partido fala para seu lado, botando as opiniões que lhe são gratas, fazendo "ouvidos moucos" às propostas dos demais. E as Reformas não são as que o País, na sua generalidade, acha convenientes e adequadas, mas tão só as que um único Partido tem por boas. Sáo assim geradas normas de um único sentido e de um particular sentir.
Dir-me-ão que são as regras democráticas que todos nós aceitámos, à partida; logo não há nada a fazer. Aceite-se, democraticamente, as normas implementadas.
Mas eu lembro que as regras democráticas também ditam ao Partido Vencedodor de eleições que o voto que o elegeu, sufragou as suas promessas eleitorais, sob forma de Programa de Governo, apenas isso, não lhe tendo conferido poderes para outras medidas que, a seu belo prazer, venha mais tarde achar por bem pôr em prática.
E aí, amigo Adolfo, como vai o actual sistema democrático refrear os ímpetos arrogantes e imperiosos do Partido do Governo ?! As manifestações de rua dos Professores, as greves dos médicos ou dos enfermeiros, as contestações populares para evitar o encerramento de certas urgências hospitalares ou de algumas maternidades, como aquela que força agora as crianças de Elvas a nascerem españolas, para citar alguns exemplos, são a forma de colocar freio no incontrolável cavalgar governativo?!
Não o são! Não estão a ser!
Concertação?! Diálogo?! Sáo soluções que também preconizo para a resolução dos problemas do País, numa vivência democrática que também desejo e ambiciono duradoira.
Mas mudem-se algumas das regras instituídas para que a Democracia funcione democraticamente.
Já! Sem essas alterações não teremos governação democrática! Teremos a arrogância e a imposição de um Partido maioritário. E, isso, não é democrático!
Ou será, amigo Adolfo?
Arnaldo silva
Felizmente reformado
FROM WASHINGTON
ResponderEliminarAinda as reformas…sao tao necessarias que nos levam a que aqui estejamos trocando ideias e…desculpas para aqueles que nos governam.
Vou dar uma no cravo outra na ferradura tentando nao derramar mais sangue [sentido figurado entenda-se].
Dizia eu ha dias ao meu amigo JOAO nas nossos conversas que eu apelido de retalhos de pensamentos , que a democracia custa cara e requer paciencia….por isso ela so’ vinga e perdura em pai’ses com capacidade econo’mica e cultural a’ altura de a tulerar.
Custa cara por uma razao simples,temos que ser no’s os cidadaos pagadores de impostos a alancar com o preco a pagar pelos erros dos por no’s votados para nos governar!
E aqui vou dar razao ao nosso comum amigo ,o ADOLFO quando em passado escrito dava a entender que eu tinha a cautela e a sa bedoria de emigrante.Que tinha aprendido fora !
E’verdade,aprendi o que e’ a verdadeira demoracia e,o que ela custa…nao quero dizer que quem ai’ esta tambem nao sabe…muito longe disso,por isso se veem as contestacoes de rua.
Aprendi que em democracia representativa,raras vezes se e’ que alguma o que se promete em campanha ,e’ programa de governo! E’, PROGRAMA ELEITORAL, CACA AO VOTO.
Mas,as eleicoes ganhas,a realidade aparece e,ha que governar BEM! …Se nao a democracia da’-nos a faculdade de nas proximas eleicoes com um pontape’ no trazeiro por-mos outro no seu lugar
Para governar em principio melhor…e o ciclo repete-se….E’ ISTO QUE EU CHAMO PACEINCIA para aturar a democracia que apesar de ter muitos defeitos ainda e’ a melhor forma de governo inventada para sociedades evoluidas e, repito com capacidade economica……basta so’ ver o que se gasta nas campanhas !
As reformas sao para melhor ou para pior? So’ o tempo o dira’.
Como eu disse sao correcoes de rota em pequenos incrementos;Ha’ que esperar….e,como diz o povo quem espera desespera e,e’ verdade. As manifestacoes de rua ai’ estao.Ha intereses atingidos,ha previlegios a desparecer e claro,o gentio reage,e, ainda bem,e’ o processo democratico a funcionar como para tal foi desenhado e aperfeicoado.
Quem escreve e publica expoe-se; para o bem e para o mal !
O JOAO BRITO DE SOUSA escreveu,expos-se, o ADOLFO reagiu,interpretou a’ letra…e’ seu direito.Eu nao …vi que era metafora,estava bem de ver.As balas hoje em dia resolvem poucos ou nenhuns problemas.Aqui outra vez a democracia intellectual a funcionar…cada cabeca sua sentence e sua interpretacao…ISTO E’ LINDO MEUS AMIGOS…QUE OUTRO SYSTEMA POLITICO NOS DARIA ESTA OPORTUINDADE DE ABERTAMENTE SE DISCUTIR ASSIM? …EU NAO CONHECO
UM ABRACO E,CONTINUEMOS
DIOGO…FELIZMENTE AINDA NO ACTIVO….E,ESPERANDO POR REFORMAS QUE NOS BAIXEM OS IMPOSTOS
Caros amigos,
ResponderEliminar"...A democracia custa cara e requer paciência".
"...Aprendi que em democracia representativa, raras vezes, se é que alguma (vez é), o que se promete em campanha".
"...Mas as eleições ganhas, a realidade aparece, e há que governar BEM!, senão a Democracia dá-nos a faculdade de nas próximas eleições, com um pontapé no trazeiro, por-mos outro no seu lugar".
"...As manifestações de rua aí estão. Há interesses atingidos, há privilégios a desaparecer e claro, o gentio reage e ainda bem, é o processo democrático a funcionar, como para tal foi desenhado e aperfeiçoado".
Isto está aí acima escrito duma forma clara e tão sentida que só um emigrante esclarecido pelo exemplo da sua própria experiência podia ter escrito. Se o quizesse dizer por mim , certamente embrulhar-me-ia em considerações retóricas e jamais o faria com tal concisão. Obrigado amigo Digo Sousa.
Ps: Em minha opinião, para que a Democracia funcione bem como dis DS é preciso que o partido ganhador governe com o seu programa única e exclusivamente para ao fim do mandato se poder avaliar da sua bondade. Se o seu programa não deu resultado ou foi mal aplicado o povo dará o tal pontapé no trazeiro e pôe lá outro. E com o novo eleito procede do mesmo modo. Este é o jogo da Democracia verdadeiro que DS vê jogar nos USA e que devemos exigir.
Os governos de unidade nacional só em situação de guerra ou iminente rotura económico-social. Caso contrário ababa por acontecer "o grande centrâo dos interesses" que é, talvez, o nosso caso actual; uma parte considerável meteu as mãos na massa e agora emcobren-se uns aos outros, defenden-se corporativamente quase ao estilo das ordens e sindicatos. E o pior è que, nesta promiscuidade
interesseira, depois não temos por onde escolher.
É preciso estar atento e apostar naquele que nos demonstra ser mais honesto e capaz de não fazer cedência aos instalados e à rua.
Isto é o que penso ser o melhor para os povos em Democracia e a fazer aqui na actual situação.
Acima disse, referindo-me a DS, que só um emigrante esclarecido podia pensar como ele. Lembro-me de os primeiros emigrantes daqui dos Gorjões,chamarem nomes aos franceses porque faziam greves constantemente e faziam-nos perder dias de trabalho e então diziam: "...o que os franceses precisavam era dum Salazar". Não percebiam que as lutas dos trabalhadores franceses também eram as suas lutas e que só teriam a ganhar com a melhoria de vencimentos e condições locais de trabalho.
Um abraço do Adolfo