(Camilo Castelo Branco)
CAMILO CASTELO BRANCO
CAMILO CASTELO BRANCO
é um escritor apaixonado da vida, apesar do seu fim trágico. Camilo deu um tiro na cabeça e a sua existência terminou. Não deixou que a doença tomasse conta de si, apesar da cegueira de que foi vítima, limitasse o seu trabalho. A palavra, não tinha segredos para o escritor. A palavra era a arma que tão bem dominava. O escritor, que fazia depender a sua existência da produção literária, isto no século XIX, numa altura em que a leitura não era das primeiras necessidades das populações, escreveu desalmadamente. Era um operário da escrita.
Camilo escreveu coisas lindas e foi um homem do amor. Diz ele que o amor é o sangue mais apressado; que o amor acelera a circulação do sangue. Camilo tinha a sensibilidade adequada .e em doses certas para que a mulher sentisse o desejo das suas caricias, sempre impregnadas do calor humano em dose ideal, para que no silêncio, a mensagem de ternura pudesse surtir o efeito desejado.
Mas apesar de ser efectivamente uma pessoa dotada do conhecimento suficiente para bem utilizar as ferramentas da vida, Camilo teve nela algumas quebras, quer na sua actividade particular quer no aspecto amoroso, tendo comportamentos às vezes de ética duvidosa, que o desiludiram a si próprio, e que o levava a dizer, nesses momentos mais difíceis, “não gosto nada da pessoa que me estou a transformar..
O escritor adorava as conversas com os habitantes locais da região de S. Miguel de Seide, onde habitava. Às tardes, quando as trindades batiam e as pessoas regressavam das lides do campo, não raro o escritor aparecia junto dessa população anónima mas sabedora, possuidora de um património enorme de experiências feitas,
A sua vida de escritor era difícil em termos da resolução de problemas correntes e passou pelas penosas quezílias domesticas às quais se habituou. E pela sofreguidão que sentia, sem saber de quê, pelas dificuldades de dinheiro. Mas soube sempre diminuir a distância que existirá sempre entre o que se deseja e a realidade...
Haverá coisa mais difícil do que ser feliz, costumava perguntar...A felicidade é um estado de espírito de curta duração, com que uns convivem melhor outros pior Apesar de felicidade não ter nada a ver com dinheiro, o escritor costumava dizer que aos ricos apenas se lhe depara um caminho para a conservação da sua fortuna: - Apoderarem-se do Estado.
O escritor deve ser com o farol no mar que nos indica a direcção a seguir. É ele que nos ajuda a moldar o carácter .E a ver as coisas boas da vida. E a ser solidário, tolerante e amigo.
João Brito Sousa
João Brito Sousa
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