segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

LITERATURA


OS VELHOS MARINHHEIROS
de Jorge Amado

As obras de Jorge Amado são sempre recheadas de histórias que contêm um cunho de verdade, de saudade e de solidariedade. Jorge Amado fala da vida, da boémia, da noite e do dia, da praia, da cachaça e da caipirinha.

Nesta obra, “Velhos Marinheiros”, o autor tem esta dedicatória a Carlos Pena Filho: À memória do mestre da poesia e da vida.

Sublime..

Este livro, é uma obra irónica, como quase todas as de Jorge Amado, um escritor baiano, que, na qualidade de grande criador de personagens, fala da sua Baía duma forma ao levemente satírica .

Em “Os Velhos Marinheiros”, as personagens principais são Quincas Berro Dágua e o Comandante Vasco Moscoso Aragão, cada um o herói da sua história.

Quincas é um modelo de humanidade; o Comandante Vasco nem tanto.

A morte de Quincas foi uma confusão e os amigos não se aperceberam. Parece que houve três mortes, a primeira uma morte moral depois mais duas fazendo de Quincas um recordista de mortes.

Gente da Ladeira esteve presente no funeral e a filha Vanda também. O cadáver ficara entregue aos cuidados de uma empresa familiar, propriedade de um amigo do tio Eduardo, com 20% de abatimento.

A morte de Quincas entretanto circulava pela Baía.

Foi na loja do López, simpático espanhol, situada na parte externa do mercado, onde era freguês habitual e ganhou o direito, por consumidor fiel, de servir-se sózinho, sem auxílio do empregado, que naquela vez em que viu a garrafa de límpida cachaça sobre o balcão, foi-se a ela, encheu o copo e virou-o de uma vez.

E o berro soou: Águuuua!

Quincas confundiu cachaça com água e berrou.

Os amigos Curió, Pé de Vento e Cabo Martin, estiveram presentes no funeral e choraram a partida do mano.

Naquela noite mágica que tudo indicava ia ser inesquecível e deveria prolongar-se por uma semana Quincas morreu. Foi naquela noite em que Quincas tentava passar rasteiras o cabo e no Negro...

Não passou mais.

A obra relata ainda a completa verdade sobre as discutidas aventuras do comandante Vasco Aragão, capitão de longo curso.

Mas a verdade está no fundo de um poço, diz um ditado popular na Baía.
Jorge Amado já é uma saudade.

Publicação de

Jão Brito Sousa
SOUSAFARIAS

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