(Baptista-BASTOS)
UM HOMEM PARADO NO INVERNO
De ARMANDO BAPTISTA BASTOS
A literatura de Baptista-Bastos é a literatura da cidade de Lisboa, da qual o escritor é um dedicado filho e admirador. Nas suas obras são personagens indispensáveis o Rio Tejo, o Cais da Ribeira do cacau às quatro da manhã, os bares e as mulheres. Mas não confundamos as coisas, Baptista Bastos é um fiel admirador da esposa Isaura.
De ARMANDO BAPTISTA BASTOS
A literatura de Baptista-Bastos é a literatura da cidade de Lisboa, da qual o escritor é um dedicado filho e admirador. Nas suas obras são personagens indispensáveis o Rio Tejo, o Cais da Ribeira do cacau às quatro da manhã, os bares e as mulheres. Mas não confundamos as coisas, Baptista Bastos é um fiel admirador da esposa Isaura.
Quando começamos a envelhecer, o que conta são os momentos não os anos, diz ele.. E é nestas frases que o escritor me convence, pois, é dever de um escritor, colocar-nos problemas reais da vida, com o objectivo de nos fazer pensar e tornar-nos pessoas mais valentes e de maior carácter.
Quando começamos a envelhecer receamos que o fim chegue depressa e isso incomoda-nos e proporcionamos uma vida stressante. Mas a morte é um dado adquirido e não deve tolher-nos a boa disposição e o optimismo. A vida enquanto for possível vivê-la, tem sempre interesse. Mas temos que procurar esse interesse para amanhã baseado no ontem. E é por isso que o escritor diz que o que conta são os momentos não os anos. Os anos são, efectivamente, uma consequência da nossa existência e, se estes nos pesam deveremos ter a inteligência suficiente para intercalar a nossa vida com os momentos bons do passado, que todos nós tivemos, porque todos nós fomos uma vez na vida jovens.
Este é um assunto que tem pano para mangas. É esta possibilidade de deixar ao leitor margem para pensar, que torna o autor num escritor. O escritor leva atrás de si o leitor e ambos vão tentar construir um mundo melhor. Porque quer escritor quer leitor, não devem ficar de braços cruzados `a espera que as coisas se resolvam por si, que sabemos já, nunca s e resolvem.
É nesta batalha que entra o escritor Baptista-Bastos, publicando livros, artigos nos jornais, programas de televisão e rádio estando em todas, para manifestar as suas discordância ou aplaudir.
Porque há pessoas que gostam muito de viver tornando-se em apaixonados da vida. São pessoas que nunca envelhecem; morrem depois.
Este é o conceito de Baptista Bastos sobre a vida. A vida é vida. Vivê-la sem amanhã. A vida é hoje, sempre hoje. E depois pode morrer-se. E até aí ser-se feliz. Sou um homem que tem vergonha de ser infeliz, diz Bapista-Bastos. Porque ser-se infeliz é uma crítica a um desempenho mal conseguido. Somos infelizes sempre que a nossa consciência nos atropela e condena.
Mas viver a vida carece de uma aprendizagem. E Baptista-Bastos ensina-nos quando nos diz:-“... não te esqueças, não digas tudo; ninguém diz tudo a ninguém” ou ainda “... não se pode viver sem um pouco de piedade e tolerância” ou mais ainda “.... há uma altura na vida de um homem em que ele não quer saber o que vem a seguir” ou melhor “...Portugal é um lugar de sofrimento e desespero, e a sua história uma grande eclipse da razão: um País sem rigor moral” ou “ não deixes que te vejam como te sentes” ou “... soube finalmente que só a morte devolve às pessoas a perene singularidade que a vida lhes negou” ou “... ser português não é uma nacionalidade; é um calvário”
Esta é a mensagem de Baptista-Bastos.
João Brito Sousa.
Esta é a mensagem de Baptista-Bastos.
João Brito Sousa.
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