sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

COMO EU VEJO O ESCRITOR MST

NOTA: - Este resumo que vai a seguir, foi avaliado por um juri internacional e considerado como credível, com a pontuação de quatro estrelas, num máximo de cinco

NÃO TE DEIXAREI MORRER DAVID CROCKETT

Esta obra de Miguel Sousa Tavares é composta por uma série de artigos dispersos que o autor publicou em jornais e revistas e depois condensou-os em livro. São reflexões sobre a vida do dia a dia, problemas e dificuldades mas que se lê bem, A obra vale porque nos põe a pensar e a escrita é fresca, a frase escorreita e as palavras agradáveis.

Em “o primeiro dia,” diz a personagem; “nada é inteiramente bom, mas nada é inteiramente mau. Entre perdas e danos e a certeza adquirida de que nada dura para sempre, restavam-lhe várias razões e objectos e sentimentos para olhar em frente sem um sobressalto.

Estas constatações das incertezas da vida, nem tudo é bom e nem tudo é mau, obriga-nos a uma reflexão constante sobre o mundo que nos rodeia e um sentido crítico muito apurado, o sentido de que devemos saber o que fazer em todas as circunstâncias,

A não existência de Deus também é abordada pelo autor, numa perspectiva de acreditar na eternidade das pedras, da água e não na dos sentimentos. Deus é uma entidade dizem existir. Mas será sempre uma incógnita. Interessante esta frase; “comigo caminham todos os mortos que amei, todos os amigos que se afastaram, todos os dias felizes que se apagaram. Não perdi nada, apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre.

Acho a escrita de MST, possuidora de beleza e de imagens férteis e felizes, que dispõem bem e que revelam uma serenidade impressionante acerca do que esperamos da vida.

Uma abordagem a New York é muito bem sucedida e o momento alto estará numa carta para Marta, onde João diz: “cada um de nós é uma ilha e cada solidão cuida de si” E Marta responde que a solidão só vale a pena se tiver espectadores para a admirarem.

Em “Mediterrâneo”, o autor fala da arte de viver.

“Antes da queda de Granada, antes das fogueiras da Inquisição, antes dos massacres da Argélia, o Mediterrâneo ergueu uma civilização fundada na celebração da vida, na beleza de todas as coisas e na tolerância dos que sabem que, seja qual for o Deus que reclame a nossa vida morta o resto é nosso e pertence-nos. – por uma única, breve e intensa passagem.

É a isso que chamamos Liberdade- a grande herança do mundo do Mediterrâneo.

Quando as coisas são verdadeiramente importantes, quando se chega ao limite de cada coisa, estamos sós. Sempre e irremediavelmente sós.

A vida é mais ou menos isto..

João brito SOUSA

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