quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

IMPRENSA JN/ PORTO


O ESPAÇO DO PINA

UM PAÍS CICLOTÍMICO

Por outras, palavras,
Manuel, António, Pina

Usando uma expressão pessoana, o "caso mental português" parece ser, por um lado, não apenas o provincianismo, mas o provincianismo colorido do mais provinciano cosmopolitismo; e, por outro, algum defeito bioquímico nos neurotransmissores, principalmente estudos e estatísticas, que tanto pode dar, às segundas, quartas e sextas, para a alucinação e o delírio como, às terças, quintas e sábados, para o desalento, ou, o que não é incomum, para tudo isso (e muito mais) ao mesmo tempo.

De facto, visto dos jornais, o país oscila diariamente, há uma semana, entre o cor-de-rosa e o negro. Excessos de dopamina como o "estou satisfeito com o que vejo hoje no país; quando começámos ninguém pensaria que chegaríamos tão longe" de Vital Moreira no Fórum Novas Fronteiras alternam com a "crise social de contornos difíceis de prever" da SEDES; 8 milhões de lucros por dia da Banca com os maiores índices de pobreza infantil e de desigualdade social da EU; milhares de postos de trabalho criados pelo Governo nos últimos três anos com milhares de desempregados criados pelo Governo nos últimos três anos. Espécie de "dois em um" bipolar de Mr. Hide e Dr. Jekyll, dir-se-ia que o problema do país não é político, é psiquiátrico. E não se vê que possa curar-se com eleições.

Publicação de
João Brito SOUSA

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