DEMOCRACIAS DE HOJE
Por Arnaldo silva, felizmente reformado..
Por Arnaldo silva, felizmente reformado..
À atenção do DIOGO COSTA SOUSA
O artigo da Visão que o amigo Brito aqui traz tão oportunamente, provoca, para além do agravar do sentimento dos nossos achaques que, no dia a dia da nossa labuta de sobrevivência, vamos sentindo, provoca, dizia eu, um impulso de reflexão sobre o sistema de governação dos povos pelo sistema das actuais Democracias.
É verdade incontestável que toda a sociedade necessita de um governo que a discipline e faça a gestão do seu património comum.
É igualmente verdade que governar uma sociedade necessariamente traz descontentamento a uma parte dessa sociedade, pois é comprovadamente certo que "é impossível agradar a gregos e a troianos".
Também não é menos verdade que haverá sempre "velhos do Restelo", vozes discordantes e críticas, para se oporem às medidas tomadas por qualquer governo, dado que "cada cabeça, sua sentença".
Encontraram as sociedades hodiernas esta forma de governação, dita democrática, assente na trilogia de um Presidente, um Governo e uma Assembleia da República.
Aquele será o garante do funcionamento das instituições democráticas, o outro está acometido das tarefas executivas da gestão do património comum e a AR ocupar-se-á de dar corpo e força, pelo processo legislativo, às relações e aos comportamentos dos vários elementos da sociedade. Lindo! Maravilhoso, nos seus pressupostos! Mas...Mas, onde está a força do poder popular, génese do sistema democrático?!Todos os elementos do sistema, acima referidos, receberam do povo eleitor, o "poder" de que se encontram empossados. Exercem as suas funções escudados nesse "poder", defendidos pelo acometimento de um mandato que lhes vai parar às mãos por via do voto, dado na esperança de que eles irão ser os fiéis executantes das promessas que apresentaram nos programas eleitorais, aquando da sua candidatura aos postos políticos em aberto.
Chegados à cadeira do poder, as promessas eleitorais foram rapidamente esquecidas e surgem medidas que ferem os sentimentos dos próprios eleitores. E que faz então o sistema?! NADA!!!
O presidente, de vez em quando, sugere que se altere a redacção de um ou outro artigo, a coberto da opinião de um Tribunal Constitucional. Mudam-se as moscas e a lei passa aprovada. A AR, fiscalizadora das acções governativas, ouve o Primeiro Ministro e sua "troupe" uma ou duas vezes por mês, respondendo a umas "bocas" da chamada Oposição, isto é, daqueles cujo partido não obteve tantos votos como o partido do Governo. E ficamos por aqui. Melhor, ficamos com as medidas impostas pelo Governo e os protestos inatendidos dos votantes, ora vítimas das medidas tomadas. E segue a Democracia... Pisando os calos dos votantes vitimados por medidas que desaprova.
E que se passa no sistema, dito democrático?! O votante, aquele que no sistema dispõe do verdadeiro poder para conferir poder aos seus mandatários, o tal poder sem o qual estes não poderiam tomar medidas governativas, nada pode fazer para alterar o estado das coisas!!!! NADA!!!
É por via desta impotência, seja a impossibilidade de retirar o poder conferido, que o amigo Sócrates se pode permitir fazer parte de um grupo popular de maratonistas, sem preocupações, sem necessidade de pensar muito durante o tempo gasto no percurso. O seu posto de trabalho está garantido até ao fim do mandato! Quando chegar à altura de renovar o "contrato de trabalho" então se pensará em agradar ao patrão, aos votantes , dando-lhes o rebuçado de um ridículo aumento do Abono de Família, actualizando numa mísera taxa as pensões de reforma ou reduzindo arbitraria e intempestivamente o IRS. Depois acena-se-lhes com novo caderno de promessas para o novo termo do "contrato de trabalho" , e o circuito volta a repetir-se.
É o sistema dito Democrático que temos. É com ele que o Sr. Sócrates conta para se arvorar o chefe que pode e manda, porque o patrão está reduzido à insignificância de espectador e vítima desse sistema.
E vamos vivendo...
MEU COMENTÁRIO
O artigo, assinado pelo Arnaldo Silva está simplesmente brilhante.
Recolha de
João Brito Sousa
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