terça-feira, 6 de maio de 2008

O QUE É UM RICO?


À ZÉ DO RAIMUNDO


Amanhã é terça feira e lá estarei, às sete horas. O Florival já lá estará porque ele vai cedo, leva quatro ou cinco laranjas, ó Zé sai um de tinto para acompanhar.

Antigamente, no tempo do Mestre Andrade e do Mestre Zé Paulino, os obreiros iam à taberna e bebiam aguardente.

Hoje, parece-me que já não se bebe aguardente, faz-se um petisco à quinta feira, e comem-se carapaus alimados.. Desta vez, o Florival convidou uns quatro ou cinco. E amanhã lá vamos.

De manhã passo lá cedo e depois vou fazer a caminhada, viro à direita, passo a lado do Vitoriano, sigo, Florival à esquerda, em frente há uma oficina de automóveis uns metros mais à frente, direita, passo de fronte da Urbanização do Reinaldo Tarreta. E sigo.

A esta hora o meu amigo Zé da Cova está ainda deitado, o amigo Horácio também e entretanto chego à do Vergílio Catita, passo pela casa da Adília do tio Bento, Victor Bagacinho que já foi, viro à esquerda e daí a dez minutos estou à do Zé.

E o Florival já lá está. Chego e pergunto: Florival, qual é o assunto que vamos discutir hoje? Hoje, diz o Florival, vamos discutir o seguinte: O QUE É UM HOMEM RICO? É isso que eu pergunto à brilhante sociedade, O QUE É SER UM HOMEM RICO.

Um alentejano que ali está, sem dinheiro nenhum, avança e diz: - dos homens que estão aqui, eu sou o mais rico de todos.

Porque é que você diz isso?.. pergunta um tipo do Chellote que está ali e vai trabalhar com o Mestre Zé Moreno para as noras. Para se ser rico é preciso ter dinheiro. O senhor tem algum?

Não tenho nenhum por isso sou mais rico que vocês todos. Eu tenho a minha honra, tenho a minha palavra e sou um homem pela justiça. O dinheiro só faz mal aos homens.. gera a ambição e é isso que estraga a humanidade. Amanhã estou aqui às sete para continuarmos a discussão. Está bem assim patrão.. estendeu a mão ao Florival que lhe disse. Até amanhã camarada...

E despedi-me também

João Brito Sousa

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