O poeta Manuel Madeira nasceu em S. Bartolomeu de Messines, em 1924. Actualmente vive em Olhão e fez-me chegar às mãos dois livros de poesia de sua autoria.
A sua obra figura na «Antologia de Poesia Portuguesa do Pós- Guerra período de 1945/ 1965 entre outros.
Como forma de agradecimento, aí vai a transcrição de um soneto seu.
POEMA SEM TÍTULO
Toda a noite sonhei com os teus olhos
Porque eles me comovem e cativam
No silêncio das horas mais escuras
Enchendo-as de rumor e claridade
Estavam entreabertos quando os vi
Confundidos com uma nesga de luar,
Mas era o sol que neles se escondia
Para não me queimarem o sonho de sonhá-los
Porque eles sem querer enganam, e mesmo
Encobertos por nuvens lacrimosas
(a)traem os meus olhos que os devoram
para neles se fundirem, sabendo embora
que são eles que por fim me dominam
como feras indomáveis dominando o domador.
Poema retiradoo do livro “Um pouco de INFINITO em toda a parte” de Manuel Madeira
A sua obra figura na «Antologia de Poesia Portuguesa do Pós- Guerra período de 1945/ 1965 entre outros.
Como forma de agradecimento, aí vai a transcrição de um soneto seu.
POEMA SEM TÍTULO
Toda a noite sonhei com os teus olhos
Porque eles me comovem e cativam
No silêncio das horas mais escuras
Enchendo-as de rumor e claridade
Estavam entreabertos quando os vi
Confundidos com uma nesga de luar,
Mas era o sol que neles se escondia
Para não me queimarem o sonho de sonhá-los
Porque eles sem querer enganam, e mesmo
Encobertos por nuvens lacrimosas
(a)traem os meus olhos que os devoram
para neles se fundirem, sabendo embora
que são eles que por fim me dominam
como feras indomáveis dominando o domador.
Poema retiradoo do livro “Um pouco de INFINITO em toda a parte” de Manuel Madeira
Eu estou caminhando para a velhice.
ResponderEliminarEla está ali, à espreita, ao virar da esquina, sem timidez ou temor de avançar.
Nos meus hábitos de leitura ao longo desta já longa vida não se instalou o gosto pela poesia. Provavelmente por falta de sensibilidade para a entender e viver na sua essência e plenitude.
Por via disso, poesia, a interiorizei sempre como a superior arte de saber dizer as mesmas coisas que eu digo mas compondo as frases sujeitando-as a uma certa medida e a determinada posição do assento tónico - com rima.
Sempre e só a valorizei, à poesia, pelo valor da mensagem também, mas principalmente pela riqueza da sua rima.
Quando ouço falar de um poema assaltam-me de imediato a memória os sonetos de Camões ou do Bocage.
Defeito meu, como é óbvio.
O verso métrico e o silábico são, pois, os que mais valorizo. O verso livre já não merece tanto a minha consideração. E o verso em branco, esse, baralha-me o espírito completamente. Baralha-me quando se apelida de poema um escrito que não tem rima, apenas lhe tendo sido emprestada uma apresentação tipográfica distinta e uns dizeres que saiem da forma comum de expressar uma ideia.
Eu sei que as palavras sofrem evoluções e até algumas degenerações ao longo do tempo, valendo sempre por aquilo em que o povo, no seu legítimo direito, as transformou. E hoje poema não significa apenas uma obra em verso rimado mas também toda a coisa ou obra merecedora de ser cantada em verso. Mas...
Senhores poetas, escrevam poesia com o mérito da rima!
O "Poema sem Título " apresentado não passa de uma linda carta de manifestação de amor, se apresentada em forma de prosa.
É evidente que os olhos da amada serão sempre assunto digno de um poema. Aceito. Mas acrescento, de um Poema! Onde, para além da bela forma de a eles se referir, a beleza de uma boa rima os valorize muito mais ainda.
Gostos e opiniões...
arnaldo silva
felizmente reformado
PORTO, 2007.06.23
ResponderEliminarMeu caro amigo.
Viva.
Estou de acordo com o teu comentário. Publiquei a crónica como post. Parabéns pela tua facilidade de expressão
e clareza do texo.
Aí vai um abarço do
João Brito Sousa