terça-feira, 19 de junho de 2007

REFLEXÃO FILOSÓFICA


O texto que se segue “O Sexo Como Factor de Génio” é de Henry Miller, in "O Mundo do Sexo"

O facto de o sexo desempenhar um maior ou menor papel na vida de alguém parece relativamente irrelevante. Algumas das maiores realizações de que temos notícia foram empreendidas por indivíduos cuja vida sexual foi reduzida ou nula. Em contrapartida, sabemos pela biografia de certos artistas - figuras de primeira grandeza - que as suas obras imponentes nunca teriam sido realizadas se eles não tivessem vivido mergulhados em sexo. No caso de alguns poucos, os períodos de criatividade excepcional coincidiram com períodos de extrema licença sexual. Nem a abstinência nem a licença explicam seja o que for.

No campo do sexo como noutros campos, costumamos referir-nos a uma norma - mas a norma indica apenas o que é estatisticamente verdade para a grande massa dos homens e das mulheres. Aquilo que pode ser normal, razoável, salutar, para a grande maioria, não nos fornece um critério de comportamento no caso do indivíduo excepcional. O homem de génio, quer pela sua obra, quer pelo seu exemplo pessoal, parece estar sempre a proclamar a verdade segundo a qual cada um é a sua própria lei, e o caminho para a realização passa pelo reconhecimento e pela compreensão do facto de que todos somos únicos.



BIOGRAFIA

Henry Valentine Miller, que nasceu em Nova Iorque em 26 de Dezembro de 1891 e faleceu na Califórnia em 7 de Junho de 1980, talvez tenha maldito a pouca sorte de lhe terem dado o nome de um santo mártir, cuja origem é obscura (entre a tradição cristã e os primeiros tempos romanos). Esse nome, porém, acertou na sua vida como uma seta de carne e fogo, e tê-lo-á porventura acossado e torturado sob a forma de farpões que o acusaram de obsceno, pornográfico, libertino, guru do sexo, entre outros fustigos redutores, desde a publicação do seu primeiro romance, Trópico de Câncer, em 1934. Filho de pais alemães preconceituosos, Miller cedo demonstrou querer viver a sua vida sem professar ideias natas – carimbos sociais e políticos –, enveredando avidamente pela leitura dos mais variados autores e géneros, e contrariando, por exemplo, outras acusações de sexismo e anti-semitismo. É neste sentido legente que surge, em 1952, Os Livros da minha Vida: «Quais os assuntos que me levaram a procurar os autores de que gosto, que me permitiram ser influenciado, que modelaram o meu estilo, o meu carácter, a minha abordagem da vida?», pergunta o próprio Miller. A leitura desta obra, com verdadeiro coração vivo de livro, poderá sugerir uma resposta, e é certo que esta corre o perigo de facilmente se confundir com uma lista exaustiva de obras e autores, a qual, aliás, não passa de uma enumeração pessoal e de valor subjectivo. Não obstante esse risco, e mesmo as passagens (auto)biográficas, narcísicas, que poderão servir para avivar o lume das acusações costumeiras, Miller pega na seta do seu padroeiro e atira-a para a urgência da vida, para o mistério maravilhoso que encerra e abre ao universo, urgência essa cujo apetite é alimentado por uma leitura atenta e penetrante, viva. Afinal, «a arte nada ensina, apenas o significado da vida», tinha já escrito este homem que não desejava convencer ninguém, e sim escrever de forma livre e jubilosa, como os autores e as obras que admirava.

MEU COMENTÁRIO.

O sexo é um comportamento biológico que deveria ser considerado pelas pessoas como um comportamento natural, porque advém da própria natureza humana.

Não conheço nem aprofundei ainda as razões ou causas que levaram o homem a este alarido todo quando se fala em sexo.
È um comportamento desajustado o que acontece mas na realidade a euforia está presente quando se fala de sexo; já não sei se é a mesma quando se pratica.

Percebo que o desempenho de um bom acto sexual possa permitir a quem o praticou um entusiasmo além do normal. Se deu para os grandes artistas o exaltarem nas suas obras é possível, mas não entendo bem com que argumentos.

O acto sexual deverá ser praticado dentro de um âmbito normal de comportamentos. Não deverá haver lugar a excessos. O excesso no acto sexual é uma atitude que roça a doença.

Como não sou especialista por aqui me fico.

João Brito Sousa

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