segunda-feira, 25 de junho de 2007

O MEU PRIMO ROBERT BÁRBARA.

O MEU “COUSIN” ROBERT

O Robert é meu primo e praticamente só o conheci agora. Os pais dele, o tio Zé a tia Vitalina, foram para França muito jovens e há muitos anos. O primo Robert nasceu lá e é um francês puro. Moreno e de rabo de cavalo o primo Robert é o maior.
O nosso avô é o mesmo mas as avós não são as mesmas. A avô do primo Robert era a tia Ermelinda e a minha avó era Brito. Não sei se o primo Robert conheceu a avó dele mas eu não conheci a minha. Mas conheci a avó do primo Robert, a gente ia lá a casa dela, eu e o Zézinho, o filho da prima Margarida.
O nosso avô é que era o mesmo, pai dos nossos respectivos Pais. Não sei se o primo Robert conheceu o nosso avô; eu não conheci. Disse-me o Virgílio, o dono do baile que fica em frente do antigo salão de baile do Cavaco, que o meu avô foi considerado um homem rico, andava de cavalo e charrett, usava cadeanas com relógio de bolso suíço no colete. Chamavam-lhe o Soisa maluco, porque tinha desposado uma mulher 27 anos mais nova do que ele. Acabou como coveiro no cemitério de Santa Bárbara de Nexe.
O tio Zé tem três filhos, Os primos João, Zelinha e Robert. A Zelinha nasceu cá mas não a conheço. Disseram-me que é cabeleireira em Vilamoura. Já vi uma foto dela e é uma rapariga toda jeitosa. Casou com um italiano, mas o pai, o meu tio Zé ficou danado. Não gostava dos italianos porque lá no trabalho, em França, roubavam os baldes do carrego da massa que os pedreiros utilizavam, para fazerem mais metros de paredes uns que os outros. Vinha o bossa e dizia: ainda vais aí? E o meu tio ... esses italianos escondem os baldes à gente... são uns pulhas e assim não se pode trabalhar.
Gente que começou rica, viveu pobre, emigrou e veio rica e hoje está bem de vida. Eram três irmãos e chamavam-lhe os latinhas, não sei porquê .O tio Zé mora em Vilamoura e o tio António, o irmão mais velho do Zé, também. O outro irmão, o Xico, já faleceu e residia no Canadá.
Dizem as más línguas que o Xico dava cinquenta peidos num minuto. É obra. Era um grande trabalhador o meu irmão Xico, diz o António.
Foram todos criados à mingua, a pão e figo torrada e pouco mais. Viviam do rabisco. A avó do primo Robert era a maior nas apanhadas. Era no tempo do Serôdio que era o guarda das fazendas. Comia ratos e dava porrada em toda gente. Até que um dia...
Hei-de contar essas histórias.
Mas hoje é dia do primo ROBERT, o meu amigo ROBERT. Diz a mãe que ele era o melhor aluno da escola. A história da sua vida dava um romance, disse-me ele. Vou-me disponibilizar para a escrever. O que é que achas primo Robert? Vamos a isso? Diz qualquer coisa, ok.
Teu primo
João Brito Sousa

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