domingo, 24 de junho de 2007

AS MULHERES DO TI SILVA

Ao Manuel Silva da Siderurgia.
(ideia retirada do APC Gorjeios com a devida vénia)

Este Manuel Silva, serviçal, sabia-a toda...
E sugeria ao Chefe que as olhasse bem!..
Se o brilho fosse especial era dia de foda
Pois era o dia dela e seria o dele também.

O Ti Silva que era especialista nesta matéria
Dizia que as mulheres não são nada tontas.
E só os gatos é que têm um desejo de miséria....
As mulheres, essas, todos os meses estão prontas.

Aos oitenta e três anos ensinou o que sabia
Resultado da vivência dum passado que trazia
Pois viveu com seis e conheceu um quarteirão....

É sempre tempo de aprender com os velhos
Prestar-lhes toda a tenção e ouvir os seus conselhos
Como estes do Ti Silva... homem garanhão.

João Brito Sousa

2 comentários:

  1. Bem arrancado, esse poema!
    O Ti Silva, indubitavelmente, foi dele merecedor. Pela arguta qualidade perceptiva para o tal "brilhozinho nos olhos" e, dado o narrado, pela excelente capacidade para furar as regras da monogamia.
    E é aqui que quero chegar. Monogamia. Porquê entre os humanos?
    Melhor, porquê entre o Homem de raça branca, uma vez que são sobejamente conhecidas as histórias dos haréns árabes e as várias mulheres dos sobas africanos.
    Não se encontra a explicação em factores biológicos. Estão aí as notícias da práticas de adultério que todos os dias dão à estampa na imprensa "cor de rosa".
    Residirá, então, a base da prática monogâmica, na força do sentimento que levou â formação de um casal?
    Ou a monogamia tem que ser respeitada e acatada porque, imposição de conduta social, a sua quebra é condenada pela opinião geral de uma comunidade?
    Ou ter-se-á chegado à conclusão, numa sociedade caracterizada pelo domínio da propriedade individual, que seria impossível gerar leis para regular a transmissão da propriedade em caso de óbito ?

    Eu acredito que a força da prática da monogamia reside tão só na força dos sentimentos que levaram à formação de um casal. Não um sentimento de posse. Não um sentimento de exclusividade. Mas um sentimento que impede, naturalmente, a manifestação de interesse por outro elemento que não seja o eleito.
    Aqui, digo eu, residirá a persistente continuidade da prática monogâmica.

    Por muitos Ti Silvas que sempre se manifestarão ao longo dos tempos!

    Por muita "garanhice" que vá povoando os Ti Silvas!
    arnaldo silva
    felizmente reformado

    ResponderEliminar
  2. PORTO, 2007.06.23

    MEU VELHO.

    Muito bem ó Silva. Vou publicar o teu comentário que está muito bem.
    Aí vai um abarço para ti do

    João Brito Sousa

    ResponderEliminar