sábado, 23 de junho de 2007

CRÍTICA LITERÁRIA

A POESIA NA ÓPTICA de
Arnaldo Silva


Eu estou caminhando para a velhice.Ela está ali, à espreita, ao virar da esquina, sem timidez ou
temor de avançar.Nos meus hábitos de leitura ao longo desta já longa vida não se instalou o gosto pela poesia.
Provavelmente por falta de sensibilidade para a entender e viver na sua essência e plenitude.Por via disso, poesia, a interiorizei sempre como a superior arte de saber dizer as mesmas coisas que eu digo mas compondo as frases sujeitando-as a uma certa medida e a determinada posição do assento tónico - com rima.
Sempre e só a valorizei, à poesia, pelo valor da mensagem também, mas principalmente pela riqueza da sua rima. Quando ouço falar de um poema assaltam-me de imediato a memória os sonetos de Camões ou do Bocage.Defeito meu, como é óbvio.O verso métrico e o silábico são, pois, os que mais valorizo.
O verso livre já não merece tanto a minha consideração. E o verso em branco, esse, baralha-me o espírito completamente. Baralha-me quando se apelida de poema um escrito que não tem rima, apenas lhe tendo sido emprestada uma apresentação tipográfica distinta e uns dizeres que saiem da forma comum de expressar uma ideia.
Eu sei que as palavras sofrem evoluções e até algumas degenerações ao longo do tempo, valendo sempre por aquilo em que o povo, no seu legítimo direito, as transformou. E hoje poema não significa apenas uma obra em verso rimado mas também toda a coisa ou obra merecedora de ser cantada em verso.
Mas... Senhores poetas, escrevam poesia com o mérito da rima!O "Poema sem Título " apresentado não passa de uma linda carta de manifestação de amor, se apresentada em forma de prosa. É evidente que os olhos da amada serão sempre assunto digno de um poema. Aceito.
Mas acrescento, de um Poema! Onde, para além da bela forma de a eles se referir, a beleza de uma boa rima os valorize muito mais ainda.Gostos e opiniões...
arnaldo silva
felizmente reformado

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