terça-feira, 26 de junho de 2007

ALÓ SANTA BARBARA DE NEXE

GRANDES FIGURAS NEXENSES.

O Engº JOSÉ PINTO FARIA

Ao meu tio José Bárbara, o Bidéia
O Engº Pinto Faria foi "Costeleta" como eu, foi um bom aluno e um grande desportista. Quando eu chegei a Faro à Escola Comercial em 52, já ele estava de saída. Mas falava-se muito dele como grande jogador de futebol da equipa da Escola, onde jogava a central.

Como estudante foi brilhante tendo-se licenciado em Engenharia Química pelo IST e como desportista foi campeão Nacional de JUDO.

Jogou futebol na equipa da escola Industrial e Comercial de Faro, que em 55 foi campeã do ALGARVE, onde jogavam os internacionais juniores Poeira, Parra e Nuno e ainda Malaia (gr) Zeca Bastos, Julião, Piloto, Honorato Viegas, Puskas, Caronho, Eugénio, Queixinho, Jacinto Ferreira , Orlando Bica e outros

O facto de ser campeão nacional de Judo, talvez tenha herdado a força do Pai e a faceta de a saber utilizar, pois disse-me o Adolfo Contreiras que, uma vez em jogo, ninguém o arrancava do chão, particularidade muito eficiente no Judo.

Já o Pai era a mesma coisa, homem valente, o mais valente de todos, por isso lhe chamavam o Pai da Malta. Naquele tempo, no final do baile, os homens ficavam no bar, à espera que viesse o tocador para tocar as músicas do tempo. Entretanto os homens entrelaçavam os braços uns nos outros e começava o jogo das rasteiras ao som da música.

Eram bons nessa matéria o meu tio António Bárbara, o irmão mais velho do Bidéia, e o António Lopes, mas o Pai da Malta era único. Foi um homem de trabalho que emigrou para os Estados Unidos da América onde esteve muitas vezes

Uma vez organizaram uma excursão a pé ao baile dos Gorjões. Eram sete ou oito, malta brava, cada um levava o seu cajado que penduraram no bengaleiro à chegada. Às tantas chegou a porrada, cada um foi buscar seu cajado, houve ripada de criar bicho de tal modo que esse baile ficou conhecido como o baile do cajado..

Outra vez foram ao baile de Bordeira, eram nove, entre eles o meu tio Manuel Domingos, que tinha a incumbência de apagar os candeeiros a petróleo logo `a chegada. A coisa foi preparada pelo Pai da Malta que disse para o meu tio Manuel Domingos. Olha lá Manel, tu atiras-te aos candeeiros e apagas tudo à taroucada e depois o resto é cá com a gente. Assim se fez, o meu tio apagou os candeeiros e ainda pegou num rapazote pelas pernas fazendo dele uma vara e vá ripada no pessoal...

Outra vez foram para Loulé com o Mestre Zé Padeiro e outros, estavam já um bocado tocados, passa a banda dos Bombeiros e o Mestre Zé mete-se dentro do grupo, tira o clarinete a um músico e toca ele, daí a pouco andava tudo à bordoada.

O Engº Pinto Faria vai pouco ao ALGARVE, mas quando vai é no café Cristina que o podemos encontrar.

E é uma grande figura de SANTA BÁRBARA DE NEXE, a terra do meu Pai. Apraz-me registar aqui os grandes homens dessas terras pequenas.

João Brito Sousa.

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