quarta-feira, 27 de junho de 2007

CIA; ASSIM NÃO


CIA tentou envenenar Fidel CastroA Agência Central de Informações dos Estados Unidos (CIA) usou dois dos mais procurados criminosos americanos para tentar assassinar o presidente Fidel Castro, de Cuba, nos anos 60 do século passado. Este e outros factos encontram-se descritos nas 693 páginas de documentos secretos da CIA, desclassificados ontem.
Em Agosto de 1960, a agência pretendeu usar o mafioso Johnny Roselli (controlava o negócio das máquinas de gelo em Las Vegas) na tentativa de matar Fidel.Roselli não pareceu muito entusiasmado com a ideia.
Aceitou, no entanto, apresentar os elementos da CIA que o abordaram a dois homens que faziam parte da lista dos mais procurados nos Estados Unidos. Um deles, Salvatore Giancana (conhecido como Sam Gold), sugeriu que Castro fosse assassinado misturando-lhe veneno na comida ou na bebida.
Seis pastilhas contendo um produto mortal foram, então, entregues a Juan Orta, identificado nos documentos como sendo um oficial cubano com acesso a Fidel. Após várias tentativas, Orta terá desistido de cumprir o plano e sugeriu outro candidato, que tentou pôr em prática o mesmo esquema, mas sem o conseguir. O episódio falhado do desembarque da Baía dos Porcos, em Abril de 1961, levou os EUA a abandonar o plano. Os registos desclassificados acabam por dar razão ao próprio Fidel, que, por mais de uma vez, afirmou que o Governo americano tinha tentado assassiná-lo.
Os documentos revelam a detenção numa cela especialmente construída, tendo por único mobiliário uma cama, de um desertor da KGB, Iuri Nosenko, de Agosto de 1965 a Outubro de 1967.Além disso, são descritas as perseguições a supostos dissidentes e a investigação de dois jornalistas de Washington suspeitos de difundirem informação secreta. Há também referências a experiências com drogas da alteração da mente e do comportamento em indivíduos usados como cobaias involuntárias, a espionagem de manifestantes pelos direitos civis e contra a guerra do Vietname, a abertura de correio entre os Estados Unidos e a União Soviética e a China, ou buscas a casas de antigos funcionários da CIA.
Ao tempo, era director da CIA James Schlesinger, que pediu aos seus funcionários que pormenorizassem "qualquer actividade que esteja a ocorrer, ou que tenha ocorrido, que se possa interpretar como violadora da carta legislativa da agência".
(Texto retirado do JN do PORTO)
João Brito Sousa

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