quarta-feira, 30 de abril de 2008

A MINHA CAMINHADA NOS BRACIAIS


Saio de casa às 9 horas, equipado e vou fazer a minha caminhada. Passo pela tasca do Zé RAIMUNDO e ouço o “arrulhar da malta”. O Florival já regressou a casa, vem buscar o pão às oito, está um bocado na cavaqueira e depois pira-se.

Enquanto está na venda conta histórias e fala de tudo, com a propósito. É um homem cómico e de valor. Sabe coisas interessantes e raciocina muito bem ainda. Costuma dizer, o computador está bom. Faz bem cálculos de cabeça complicados..

È uma pessoa admirada por todos. Começou do zero. Chegou às hortas aos dez anos. Arranjou patrão e ficou até ser homenzinho. Aprendeu muito nas hortas. Parecem
Coisas simples de fazer mas não são. O homem do campo hoje sabe coisas cuja dimensão é enorme e eu não sei se ele saberá qual o valor do valor que tem aquilo que sabe.

Plantar uma árvore é uma tarefa simples que se aprende de tantas vezes se fazer. Aprende-se pela repetição., por fazer muitas vezes, primeiro talvez se faça asneira, mas se foi isso repete-se a seguir e outra e outra vez..

Hoje o Florival já tem o seu estatuto que lhe permite fazer tudo o que quer. É um senhor. Tem a horta ainda e faz o seu vinho nas pipas. Não sei como é que aprendeu e é curioso porque aqui nesta parte do Algarve não se faz muito vinho.

Amanhã vamos fazer-lhe uma entrevista.

Texto de
João Brito SOUSA

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