domingo, 20 de abril de 2008

IMPRENSA/ EXPRESSO


O BASTA DE MENEZES E O BASTA DOS PORTUGUESES hmonteiro@expresso.pt

A direcção do PSD conseguiu evidenciar uma série de defeitos que ficariam melhor escondidos. Em contrapartida, por muito que nos tentemos lembrar, nada nos ocorre sobre o que pensa acerca das questões fundamentais para o país

Menezes disse basta, mas não disse o que basta. Penso que todo o país dirá também basta, como Menezes, só que, infelizmente para ele, não se estará a referir à mesma coisa do que o líder do PSD.

Para o país basta a total inexistência do PSD.

Porque o PSD faz falta à democracia e à sua estabilidade, até por motivos que não são imediatamente perceptíveis.

Por exemplo, o ascendente que o PCP e muitos sindicatos têm vindo, nos últimos tempos, a conhecer, se são por um lado consequência das políticas sociais do Governo, são, por outro, efeito desta falta de um contrapeso à direita e centro-direita.

Veja-se os professores. Os sindicatos organizam com êxito uma manifestação de 100 mil professores na rua, contra a avaliação. E o PSD apoia… os sindicatos. É um espanto!

Como apoiou (ainda com Marques Mendes, saliente-se) a demagogia contra o fecho das urgências e dos blocos de parto; como estava disposto a apoiar várias demagogias nas reformas da Função Pública e sabe-se lá se nas reformas do Código do Trabalho. Assim, o PSD nem respeita a sua história, nem se dá ao respeito, nem é respeitado. E entrega, de bandeja, o Governo à esquerda, permitindo que se viva no que, às vezes, parece uma espécie de PREC serôdio.

Menezes governou o PSD como se o objectivo da sua liderança fosse governar o PSD. Ora o objectivo de qualquer líder do maior partido da oposição tem de ser o poder. Por isso, ele há-de se preocupar mais com o país do que com as guerras internas, coisa que Menezes não fez.

Na verdade, do até agora líder do PSD não sabemos uma palavra sobre as questões mais importantes do país; sobre a crise económica, sobre a crise na educação, sobre os inúmeros problemas na justiça.

Sabemos, com boa vontade, que o líder demissionário queria desmantelar o Estado em seis meses, ou coisa parecida - no que, naturalmente, nunca acreditámos - e ainda que mudou o símbolo e queria profissionalizar o partido (coisa que, como muito bem assinalou Aguiar Branco, o tornaria demasiado parecido com o PCP).

E se Menezes não fez o que devia fazer, distinguiu-se naquilo que não devia. O último episódio desta liderança, o ‘caso Fernanda Câncio’ mostrou um rol de defeitos quase inacreditáveis, daqueles que mais valia terem ficado sempre escondidos: hipocrisia, farisaísmo, parolice, coscuvilhice. Se o quisermos dizer numa palavra podemos utilizar o vocábulo 'estupidez'.

E a estupidez, em política tem vida curta. Como se viu...

O MEU COMENTÁRIO

Nunca percebi Menezes. Em todos os Congressos escoiceou por todos os lados. Escoiceou, inclusivamente, com Marques Mendes. Agora, apareceu em cena, seis meses após ter iniciado o seu consulado e quer ir-se embora porque foi traído desde o primeiro minuto.

É um homem sem talento e meio parvo.

Pelo menos é o que me parece.

Recolha de
João brito Sousa

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