Apesar de residir nos Braciais, à noite ia ao Patacão falar com a malta. Se aparecia o Zé Navalhas, íamos para a parte de trás das casas do senhor Martins e sentávamo-nos em cima do varão da ponte.
Dava até às duas da manhã.
Nesse tempo, o Navalhas trabalhava nos Armazéns do Tomé Apolo. O pai, Domingos Navalhas, de tipo pesado, gordo mesmo, tina feito teatro na Sociedade Recreativa onde, numa peça, fez o papel de Mãe.
Nessa peça, ensaiada pelo Mestre Bernardino das Neves, o barbeiro era o professor, o Mestre Virgílio que era moleiro lá na terra, era o filho do Domingos na peça, e andava na escola.
Um dia, o aluno não sabia a lição e o professor deu-lhe umas ripadas. O Mestre Moleiro, que era o filho, não gostou daquilo e foi fazer queixa à Mãe quer era o Domingos Navalhas.
Enlearam-se todos.
Telefonaram para o Ministério da Educação e veio o Ministro que era o Reinaldo Paposeco que chegou na Florett com o João dos Matos na grelha. O Ministro perguntou: quem é que bateu no menino. Fui eu, disse o barbeiro que era o professor ....
E a gente com o Zé Navalhas representava isto tudo.. até às tantas.
Belos tempos.
texto de
João Bbrito Sousa
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