quarta-feira, 23 de abril de 2008

25 DE ABRIL SEMPRE




Grândola vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti ó cidade

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola vila morena
Terra da fraternidade


À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade


Grândola, vila morena foi composta como homenagem à "Sociedade Musical Fraternidade Operária Grandolense", onde no dia 17 de Maio de 1964, José Afonso fez uma actuação. É nessa actuação que o cantor conhece o guitarrista Carlos Paredes, ficando impressionado com "o que esse bicho faz da guitarra!" (expressão do próprio José Afonso numa carta aos pais).

José Afonso fica também impressionado com a colectividade: um "local obscuro, quase sem estruturas nenhumas, com uma biblioteca com claros objectivos revolucionários, uma disciplina generalizada e aceite entre todos os membros, o que revelava já uma grande consciência e maturidade políticas".

Esta canção tornar-se-á famosa ao ser escolhida como senha para a revolução do 25 de Abril. Houve duas senhas. A primeira, às 23h, foi a música "E depois do adeus", de Paulo de Carvalho. Grândola, que foi a segunda, passou no programa "Limite" da Rádio Renascença às 0.20h do dia 25. Foi o sinal para o arranque das tropas mais afastadas de Lisboa e a confirmação de que a revolução ganhava terreno.

Recolha de
João Brito SOUSA

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