ESTE TEXTO É PARA A MALTA DO PATACÃO COM MAIS DE 60 ANOS
Vinha malta de todo o lado jogar matraquilhos no salão do Mestre Viegas. Eram jogatanas até às tantas. A principal equipa era o mano a mano do Vergílio Guerreirão com o Custódio, filho do Mestre Serafim. .
À noite ia lá toda a malta, era uma espécie de café onde a gente se encontrava e às tantas, quando aquilo começava a dar para o torto, o Mestre Viegas fechava a porta. .
Bebia-se uns Sofrutos ou laranjadas, havia um bocado de barulho mas nada de especial. Alguns de nós tinha pouco mais de vinte anos e se houve excessos era derivado da nossa juventude.
O Mestre vendia umas rifas para sortear uma motorizada, arranjava umas bicicletas a pedal, tipo, remendar furos, endireitar rodas através do aperto dos raios com uma chave que o Mestre trazia sempre consigo, .afinar correntes, endireitar guiadores, mudar lâmpadas, colocar farolins na parte de trás, encher pneus e todo o trabalho de consertos em bicicletas a pedal.
O Mestre era bom nesse trabalho e quando as coisas não entravam nos eixos à primeira entrava de serviço o martelo. Se havia um crenque torto numa pedaleira, aquilo, só se consertava com a dita arma. Quando isso acontecia, o Mestre já estava um pouco danado. Levantava-se e respirava fundo e às vezes dizia... ah vida.. vida..
Enquanto dizia estas palavras, o Mestre dirigia-se para o balcão onde tinha pendurada a ama secreta, respirava fundo mais ma vez e trazia o martelo já preparado para o combate. Chegava de novo ao pé da bicicleta, olhava-a de alto abaixo, mirava a coisa, via onde é que o crenque estava empanado, dava-lhe três ou quatro cacetadas e o assunto estava resolvido.
Um dia chegou lá à Loja o Joaquim João, que residia ali para o pé do Carmelo e disse ao Mestre. Meu Mestre a máquina precisa de um conserto geral, ver correntes, apertar raios, câmaras de ar novas `a frente e atrás, lâmpadas, enfim, aquilo que o Meu Mestre, acha que deve levar para ficar nova
Às cinco da tarde Joaquim, podes vir buscá-la.
O Joaquim só veio às 19, meteu-se de palheta com o António BORREGO, jogaram aos bonecos, sofrutos para aqui sofrutos para ali e lá para a meia noite, o Joaquim perguntou, Meu Mestre a bicicleta e o Mestre apontou para a secção de prontos e disse, está ali, dás-me 250 paus que foi um trabalho de luxo, Foi tudo amartelo... e ficou nova.
Primeiro tenho de experimentar, disse o Joaquim, primeiro pagas dizia o Mestre, a coisa estava a ficar preta, o Joaquim Portela disse, o Mestre tem razão, primeiro tens de pagar e depois é que levantas a mercadoria.
Estás a ouvir, disse o Mestre e tem mais, foi toda arranjadinha a martelo O Joaquim não queria dar “a massa”, vem o H. Correia e disse, Mestre, vamos ser justos, partimos a bicicleta ao meio e é metade para cada um. Pode ser?
Não pode ser, não. E o Joaquim pegou na carteira, tirou o dinheiro e pagou.. Como fazem os homens
Não sei se isto é verdade. Apenas ouvi dizer. E se não for o meu pedido de desculpas ao meu grande amigo Viegas filho e a todos os intervenientes..
(continua)
João Brito Sousa
À noite ia lá toda a malta, era uma espécie de café onde a gente se encontrava e às tantas, quando aquilo começava a dar para o torto, o Mestre Viegas fechava a porta. .
Bebia-se uns Sofrutos ou laranjadas, havia um bocado de barulho mas nada de especial. Alguns de nós tinha pouco mais de vinte anos e se houve excessos era derivado da nossa juventude.
O Mestre vendia umas rifas para sortear uma motorizada, arranjava umas bicicletas a pedal, tipo, remendar furos, endireitar rodas através do aperto dos raios com uma chave que o Mestre trazia sempre consigo, .afinar correntes, endireitar guiadores, mudar lâmpadas, colocar farolins na parte de trás, encher pneus e todo o trabalho de consertos em bicicletas a pedal.
O Mestre era bom nesse trabalho e quando as coisas não entravam nos eixos à primeira entrava de serviço o martelo. Se havia um crenque torto numa pedaleira, aquilo, só se consertava com a dita arma. Quando isso acontecia, o Mestre já estava um pouco danado. Levantava-se e respirava fundo e às vezes dizia... ah vida.. vida..
Enquanto dizia estas palavras, o Mestre dirigia-se para o balcão onde tinha pendurada a ama secreta, respirava fundo mais ma vez e trazia o martelo já preparado para o combate. Chegava de novo ao pé da bicicleta, olhava-a de alto abaixo, mirava a coisa, via onde é que o crenque estava empanado, dava-lhe três ou quatro cacetadas e o assunto estava resolvido.
Um dia chegou lá à Loja o Joaquim João, que residia ali para o pé do Carmelo e disse ao Mestre. Meu Mestre a máquina precisa de um conserto geral, ver correntes, apertar raios, câmaras de ar novas `a frente e atrás, lâmpadas, enfim, aquilo que o Meu Mestre, acha que deve levar para ficar nova
Às cinco da tarde Joaquim, podes vir buscá-la.
O Joaquim só veio às 19, meteu-se de palheta com o António BORREGO, jogaram aos bonecos, sofrutos para aqui sofrutos para ali e lá para a meia noite, o Joaquim perguntou, Meu Mestre a bicicleta e o Mestre apontou para a secção de prontos e disse, está ali, dás-me 250 paus que foi um trabalho de luxo, Foi tudo amartelo... e ficou nova.
Primeiro tenho de experimentar, disse o Joaquim, primeiro pagas dizia o Mestre, a coisa estava a ficar preta, o Joaquim Portela disse, o Mestre tem razão, primeiro tens de pagar e depois é que levantas a mercadoria.
Estás a ouvir, disse o Mestre e tem mais, foi toda arranjadinha a martelo O Joaquim não queria dar “a massa”, vem o H. Correia e disse, Mestre, vamos ser justos, partimos a bicicleta ao meio e é metade para cada um. Pode ser?
Não pode ser, não. E o Joaquim pegou na carteira, tirou o dinheiro e pagou.. Como fazem os homens
Não sei se isto é verdade. Apenas ouvi dizer. E se não for o meu pedido de desculpas ao meu grande amigo Viegas filho e a todos os intervenientes..
(continua)
João Brito Sousa
João .Não posso deixar dár aìuma axega á tua crónica ,pois isso foram histórias que aconteceram e muito mais que merecem ser contadas.pois eu embora ser mais novo tambem tinha acesso ao devirtimento,ali passaram-se grandes noites
ResponderEliminarJoão Patuleia