sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

CONFLITO ISRAEL / HAMAS



ISRAEL / HAMAS, a solução é difícil
por Jo0ão Brito Sousa

Num artigo que há dias escrevi para a imprensa regional, disse no fim do dito, que a solução do conflito Israel / Hamas passaria pela saída dos Israelitas dos territórios palestinos, porque concluía eu, a ocupação pelos Israelitas nessa parte do Mundo tinha sido injusta.

Estudando melhor o problema, verifiquei existir um movimento nacionalista judaico que surgiu na Europa, no século XIX que defende a existência de um Estado exclusivo para Judeus na Palestina, o que corresponde à situação actual em que se encontra o Estado de Israel.

Esta ideia de ser possuidor de um território próprio para nele instalar as suas estruturas vem desde a altura em que os judeus foram expulsos da Palestina pelos romanos nos anos 70 d..C., o que constitui nalguns frangas uma teoria algo c

O ideólogo deste procedimento foi Theodore Herzl que promoveu o primeiro Congresso Sionista Mundial em Bruxelas em 1897. A dispersão dos judeus pelo mundo, foi o principal argumento de ordem religiosa reivindicar o estabelecimento da pátria judaica na Palesina.

O argumento da expulsão, entretanto, é contestado até por parte de sionistas, porque não coincide com os registos históricos que dão como certo que, muito antes das deportações romanas, a grande maioria do povo judeu já havia se helenizado e migrado espontaneamente.
A partir de 1917 o movimento focou-se definitivamente no estabelecimento de um estado na Palestina localizado no antigo Reino de Israel.


Porém, quando o movimento sionista moderno se consolidou na metade do século XIX, a região da Palestina já estava cultural e eticamente arabizada, ou seja, era habitada por uma população de esmagadora maioria de árabe, lá enraizada por uma longa e consistente migração e assimilação iniciada por volta do ano de 350 e que perdurou e floresceu por mais de 400 anos durante as dinastias árabes Omanida, Abássida e Fatímida e, apesar de dominações posteriores, manteve suas principais características.


Era portanto evidente que, para o estabelecimento de um estado judeu, os sionistas teriam de fazer uma grande alteração para mudar o equilíbrio étnico e demográfico da região, mesmo porque o projecto de um estado judaico padrão deveria se basear nas utopias religiosas e culturais bem próprias, exclusivas e definidas com os costumes e o idioma do povo judeu que habitavam o leste europeu, uma cultura totalmente estranha à comunidade árabe local também constituída de judeus.


Observe-se que o objectivo primordial do sionismo, que era o estabelecimento de uma pátria judaica, sempre foi bem visto pelos organismos internacionais, tanto que a Liga das Nações (Mandato de 1922) como a ONU aprovaram desde logo os princípios básicos do sionismo, aliás extensíveis a qualquer povo da terra. Esta simpatia aumentou, e muito, após a descoberta do genocídio de judeus praticado pelos nazistas alemães, nomeadamente a partir de 1944, ao final da Segunda Guerra Mundial.


Entretanto, desde o início da ocupação sionista das terras palestinas, iniciou-se a demonstração da dura realidade conflituosa e lesiva tanto que, em Novembro de 1975, com a violência transbordando, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a resolução nº 3379 que contém uma sonora censura : ’’’O sionismo é uma forma de racismo e discriminação racial’’’ que perdurou até Dezembro de 1991 quando, pelo colapso da União Soviética, que fora uma dos seus defensores, acabou rescindida através da Resolução 4686 da Assembleia Geral das Nações Unidas.


Os defensores do sionismo discordam de sua identificação com racismo alegando que o Sionismo não é doutrinariamente unificado e coeso, possuindo diversas versões divergentes umas das outras. Outros discordam afirmando que palestinos e judeus não são racialmente distintos, e assim não se aplicaria o termo já que discriminação não se funda na raça.
Concluo que o problema é realmente difícil ...


Texto de
JOÃO BRITO SOUSA

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