A ENTREVISTA DE MANUEL ALEGRE
Manuel Alegre foi à televisão explicar porque esteve ao lado do Bloco de Esquerda e dos renovadores comunistas no Teatro da Trindade.
“O deputado socialista Manuel Alegre acusou hoje o Governo de "alguma surdez e cegueira" e de estar "excessivamente convencido da sua razão", recomendando ao Executivo da José Sócrates para estar "atento" ao que se passa nas ruas.
Manuel Alegre foi à televisão explicar porque esteve ao lado do Bloco de Esquerda e dos renovadores comunistas no Teatro da Trindade.
“O deputado socialista Manuel Alegre acusou hoje o Governo de "alguma surdez e cegueira" e de estar "excessivamente convencido da sua razão", recomendando ao Executivo da José Sócrates para estar "atento" ao que se passa nas ruas.
"Há alguma surdez, alguma cegueira com o que se passa cá fora", afirmou Manuel Alegre, na entrevista Grande Entrevista da RTP 1, recordando a manifestação da CGTP que hoje juntou cerca de 200 mil pessoas em Lisboa.
Alertando para o "momento difícil" que Portugal está a atravessar e ao qual "não é possível ficar indiferente", Manuel Alegre considerou que o Governo "está excessivamente convencido da sua razão, sem ouvir o que se passa lá fora".
Questionado pela jornalista Judite de Sousa sobre o seu crescente afastamento do Governo, Manuel Alegre admitiu que o Executivo de maioria socialista o tem "desiludido", porque "revela falta de sensibilidade para o que se passa cá fora", para o "agravamento real das condições" de vida das pessoas.
Classificando como "paliativos" as medidas que o Executivo tem tomado, lamentou que a consolidação das contas públicas seja visto como "um fim em si mesmo".
"Como ficam as pessoas?", questionou, defendendo a definição de novas orientações macro-económicas a nível europeu.
Manuel Alegre alertou ainda para que não é possível fazer reformas "contra as pessoas", como os professores, lamentando não existir a "mesma determinação" quando se trata de sectores "mais fortes".
"O Estado está a ficar refém dos grandes interesses", acrescentou ainda.
Na entrevista, Manuel Alegre falou também da sua participação, terça-feira à noite, no 'comício das esquerdas', onde participaram dirigentes do Bloco de Esquerda, socialistas e renovadores comunistas, assegurando ter-se sentido "muito bem naquela festa".
"Quebrou-se um tabu, abriram-se portas para o diálogo das forças de esquerda", sublinhou, defendendo a necessidade de "somar a esquerda á esquerda" e de "dialogar e encontrar pontes".
Interrogado se se sente mais próximo de José Sócrates ou do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que também participou no 'comício das esquerdas', o deputado socialista disse que "do ponto de vista socialista se sente mais próximo de José Sócrates".
Interrogado se se sente mais próximo de José Sócrates ou do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que também participou no 'comício das esquerdas', o deputado socialista disse que "do ponto de vista socialista se sente mais próximo de José Sócrates".
QUEM É MANUEL ALEGRE
Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, 12 de Maio de 1936) é um poeta e político português.
Foi opositor do regime salazarista e esteve exilado na Argélia durante o período Estado Novo. É membro destacado do Partido Socialista português, partido do qual foi fundador e Vice-Presidente e pelo qual é deputado na Assembleia da República
Foi opositor do regime salazarista e esteve exilado na Argélia durante o período Estado Novo. É membro destacado do Partido Socialista português, partido do qual foi fundador e Vice-Presidente e pelo qual é deputado na Assembleia da República
Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Desde muito cedo demonstrou os seu ideais políticos. Cumpriu o serviço militar na guerra colonial em Angola. Nessa altura, foi preso pela polícia política (PIDE) por se revoltar contra a guerra. Paralelamente à carreira política, produziu larga obra literária que lhe conferiu notoriedade tanto nos meios académicos como nos meios populares. Destaca-se sobretudo a sua obra poética.
Recebeu numerosos prémios literários e o Prémio Pessoa em 1999. Em 2005 é académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.
Também recebeu o primeiro prémio do Festival RTP da Canção, com seu poema Uma flor de verde pinho, musicada por José Niza e cantada por Carlos do Carmo, vencendo canções de Ary dos Santos
Foi Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta Voz do 1.º Governo Constitucional. Concorreu em 2004 às eleições internas para Secretário-Geral do PS, tendo perdido para José Sócrates.
Em Setembro de 2005 anunciou a sua candidatura às eleições para a Presidência da República realizadas em 22 de Janeiro de 2006. Alegre obteve 20,72% dos votos, não conseguindo evitar a vitória à primeira volta de Cavaco Silva, mas conseguindo um resultado superior ao de Mário Soares, candidato oficial do Partido Socialista.
Após as eleições, formou um movimento cívico, denominado Movimento de Intervenção e Cidadania
MEU COMENTÁRIO
Não houve coragem política para colocar o Primeiro Ministro na rua quando o senhor não falou verdade acerca dos documentos académicos.. Concluímos agora que não estudou o humanismo político
Depois tivemos o azar de Mário Soares ser português.
João BRITO SOUSA
Depois tivemos o azar de Mário Soares ser português.
João BRITO SOUSA
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