sexta-feira, 6 de junho de 2008

MANUEL ALEGRE


A ENTREVISTA DE MANUEL ALEGRE

Manuel Alegre foi à televisão explicar porque esteve ao lado do Bloco de Esquerda e dos renovadores comunistas no Teatro da Trindade.

“O deputado socialista Manuel Alegre acusou hoje o Governo de "alguma surdez e cegueira" e de estar "excessivamente convencido da sua razão", recomendando ao Executivo da José Sócrates para estar "atento" ao que se passa nas ruas.

"Há alguma surdez, alguma cegueira com o que se passa cá fora", afirmou Manuel Alegre, na entrevista Grande Entrevista da RTP 1, recordando a manifestação da CGTP que hoje juntou cerca de 200 mil pessoas em Lisboa.

Alertando para o "momento difícil" que Portugal está a atravessar e ao qual "não é possível ficar indiferente", Manuel Alegre considerou que o Governo "está excessivamente convencido da sua razão, sem ouvir o que se passa lá fora".

Questionado pela jornalista Judite de Sousa sobre o seu crescente afastamento do Governo, Manuel Alegre admitiu que o Executivo de maioria socialista o tem "desiludido", porque "revela falta de sensibilidade para o que se passa cá fora", para o "agravamento real das condições" de vida das pessoas.

Classificando como "paliativos" as medidas que o Executivo tem tomado, lamentou que a consolidação das contas públicas seja visto como "um fim em si mesmo".

"Como ficam as pessoas?", questionou, defendendo a definição de novas orientações macro-económicas a nível europeu.

Manuel Alegre alertou ainda para que não é possível fazer reformas "contra as pessoas", como os professores, lamentando não existir a "mesma determinação" quando se trata de sectores "mais fortes".

"O Estado está a ficar refém dos grandes interesses", acrescentou ainda.

Na entrevista, Manuel Alegre falou também da sua participação, terça-feira à noite, no 'comício das esquerdas', onde participaram dirigentes do Bloco de Esquerda, socialistas e renovadores comunistas, assegurando ter-se sentido "muito bem naquela festa".

"Quebrou-se um tabu, abriram-se portas para o diálogo das forças de esquerda", sublinhou, defendendo a necessidade de "somar a esquerda á esquerda" e de "dialogar e encontrar pontes".
Interrogado se se sente mais próximo de José Sócrates ou do líder do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã, que também participou no 'comício das esquerdas', o deputado socialista disse que "do ponto de vista socialista se sente mais próximo de José Sócrates".

QUEM É MANUEL ALEGRE

Manuel Alegre de Melo Duarte (Águeda, 12 de Maio de 1936) é um poeta e político português.
Foi opositor do regime salazarista e esteve exilado na Argélia durante o período Estado Novo. É membro destacado do Partido Socialista português, partido do qual foi fundador e Vice-Presidente e pelo qual é deputado na Assembleia da República

Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Desde muito cedo demonstrou os seu ideais políticos. Cumpriu o serviço militar na guerra colonial em Angola. Nessa altura, foi preso pela polícia política (PIDE) por se revoltar contra a guerra. Paralelamente à carreira política, produziu larga obra literária que lhe conferiu notoriedade tanto nos meios académicos como nos meios populares. Destaca-se sobretudo a sua obra poética.

Recebeu numerosos prémios literários e o Prémio Pessoa em 1999. Em 2005 é académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.

Também recebeu o primeiro prémio do Festival RTP da Canção, com seu poema Uma flor de verde pinho, musicada por José Niza e cantada por Carlos do Carmo, vencendo canções de Ary dos Santos

Foi Secretário de Estado da Comunicação Social e Porta Voz do 1.º Governo Constitucional. Concorreu em 2004 às eleições internas para Secretário-Geral do PS, tendo perdido para José Sócrates.

Em Setembro de 2005 anunciou a sua candidatura às eleições para a Presidência da República realizadas em 22 de Janeiro de 2006. Alegre obteve 20,72% dos votos, não conseguindo evitar a vitória à primeira volta de Cavaco Silva, mas conseguindo um resultado superior ao de Mário Soares, candidato oficial do Partido Socialista.

Após as eleições, formou um movimento cívico, denominado Movimento de Intervenção e Cidadania

MEU COMENTÁRIO

Não houve coragem política para colocar o Primeiro Ministro na rua quando o senhor não falou verdade acerca dos documentos académicos.. Concluímos agora que não estudou o humanismo político
Depois tivemos o azar de Mário Soares ser português.

João BRITO SOUSA

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