terça-feira, 7 de dezembro de 2010

HAVERÁ NATAL?


AINDA HAVERÁ NATAL?
Por João Brito Sousa

Não vejo nas pessoas o mesmo sorriso de outrora em que havia Natal. O Natal, seja a comemoração de alguma coisa ou não, era uma altura do ano em que nós éramos mesmo amigos. Quando se dizia, um BOM NATAL para ti, a frase levava força e no seu interior, continha uma grande dose de humanismo, de verdade, de amizade e de honestidade. Hoje parece-me que as coisas são diferentes, melhor, estão diferentes. Hoje de manhã foi assaltada uma ourivesaria, há dias foram bombas de gasolina e a questão do deficit continua na ordem do dia há mais de um ano, Efectivamente, os discursos políticos com especial incidência acerca da Economia do País, continuam a ocupar dois ou três canais de televisão durante a semana, mais o Prós e Contras à segunda feira, de tal modo que já deviam ter passado pelos écrans de televisão todos os economistas do País. E com notícias tristes para a população mais desfavorecida e para os reformados. Que é o que acontece quando o Governo diz que vai baixar os salários dos trabalhadores no activo e dos pensionistas e que o custo dos produtos de primeira necessidade vão aumentar, o que diminui o poder de compra.
Não vai haver Natal assim.
Ou poderá haver.
Quando digo que poderá haver Natal, isso tem a ver, com notícias que nos deixam satisfeitos e alegres, mesmo que sejam poucas. O que trago aqui hoje a cheirar a Natal é a notícia do prémio em forma de bolsa, durante um período de três anos, conseguido por Luísa Figueiredo, investigadora do Instituto de Medicina Legal de Lisboa, que foi atribuído pela Organização Europeia de Biologia Molecular, passando a investigadora a integrar uma rede de jovens cientistas que se solidarizam entre si nos casos a investigar, para conseguir melhores resultados em favor de nós todos. E se dissermos ainda que, nesse grupo, já constam dois investigadores portugueses, há mais hipóteses de haver Natal.
Que haverá sim, se nós quisermos.
Porque afinal, temos entre nós pessoas inteligentes, de tão boa qualidade intelectual, como o que de melhor há o mundo e, com a mais valia significativa de não serem egoístas e de se colocarem à disposição dos outros. Isto é solidariedade, Que é o que não têm os nossos governantes, como por exemplo o antigo governador do Banco de Portugal, que auferia dos maiores dos salários do mundo na sua posição e, quando lhe perguntaram o que é que o Governo devia fazer, respondeu que o Governo teria inevitavelmente de baixar os salários … dos outros. Não o seu de Governador.
Isto é injusto.
Por isso tenho dúvidas que haja Natal. Porque só haverá Natal se for para todos.
É esse o meu desejo.
E a minha dúvida também.
De qualquer maneira, aconteça o que acontecer, deixo a todos votos de BOM NATAL.


Jbritosousa@sapo.pt

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