O LUCRO DE 140 %
Aníbal Cavaco Silva tem passado as passas do Algarve na campanha para a residência da REPÚBLICA. Manuel Alegre e Defensor de Moura têm-lhe chegado bem. Chegaram ao ponto de vir dizer que o homem tinha vendido as acções adquiridas na SLN uma empresa do BPN com um lucro de 140 %.
Até foi, mas esse indicador induz numa outra coisa, a raiar lucros fabulosos, quando na verdade os 140 % de lucro resultou de CS comprar as acções a um euro cada e vendê-las a 2. 40.
Sem contrato.
O contrato de venda das acções que o actual Presidente da República detinha na SLN, sociedade proprietária do BPN, afinal não existe. O diário "i" noticia hoje que os acordos de recompra eram feitos directamente com Oliveira e Costa, pelo que não há documentação a comprovar os negócios de Cavaco Silva.
Mas penso que há aqui uma instituição que MA poderá embirrar, que seria o Banco de Portugal, que tem como função principal fiscalizar as entidades bancárias.
E não o fez.
Alberto Queiroga Figueiredo, presidente da SLN Valor, membro da Comissão de Honra de Cavaco: "Não existe contrato. Os únicos contratos que existiam eram contratos de recompra, o que não é o caso".
Estranho o Banco de Portugal, não topar esta situação.
O preço de venda – 2,4 euros, o que representou uma mais-valia de 140% – até foi mais barato do que se pensava. O semanário "Sol" noticia hoje que, na altura em que Cavaco vendeu, houve acordos que previam um preço de 2,75 euros por acção. "As acções de Cavaco - adquiridas em 2001, por um euro cada - foram compradas pela SLN, dois anos depois, pelo preço unitário de 2,4 euros, quando o preço que esta já praticava era de 2,75. Cavaco perdeu, assim, cerca de 36.682 euros", escreve o semanário.
De qualquer forma, a operação esteve isenta de tributação. Isto porque, à altura da operação (2003), o Código do IRS previa a isenção do pagamento de mais-valias provenientes da alienação de acções detidas há mais de 12 meses.
A ser verdade o que deixo escrito, parte retirado da imprensa, agora sou eu que acho que MA deveria reequacionar o que disse, pois a sua pergunta “a quem vendeu Cavaco as acções” não é legítima.
Abater CS por abater não.
JBS
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