terça-feira, 4 de janeiro de 2011

AO ADOLFO PINTO CONTREIRAS

A TRABALHEIRA METAFÍSICA

Penso que essa trabalheira acontece a todos nós e que muito poucos escapam. Digam lá o que disserem. Por acaso, conheci um operário, que me pareceu não ter medo dessa coisa da morte. Bebia o seu copo porque sabia que ia morrer daí a três ou quatro dias. O filósofo Kant disse nessa hora: está tudo em ordem. O problema não é das malandrices que se fizeram mas sim do nosso destino.

Escrevi esse texto por ter lido que Sua Sanidade começava o dia orando uma prece especial e achei piada a isso e dei-lhe crédito. E até escrevi um texto para esse efeito, mas que ainda não funcionou.

Mas ao escrever o texto não quero dizer que me submeta a qualquer vontade suprema nem que me coloque no lado mais cómodo da vida, que é estar ao lado de Deus como vulgarmente é chamada a esta entidade que outros chamam Universo.

O problema metafísico resolve-se se nos convencermos que a vida precisa da morte, até porque viver eternamente não deveria ser uma coisa boa. O sol um dia apaga-se. A finitude é o destino de tudo A pergunta é: para onde vamos ?

Dignidade sim.

JBS

3 comentários:

  1. Caro João,
    Se a finitude é o destino de tudo, logo é inevitável que iremos para esse lugar destinado.
    Onde fica a finitude? Não sei.
    Sei, com Lavoisier, que neste mundo tudo se transforma.

    Um abraço
    Adolfo

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  2. Caro Adolfo.

    Viva.
    Finitude, onde fica?
    Boa pergunta.
    Voltarei ao assunto.

    JBS

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  3. João,
    Penso que o nosso amigo comum Diogo Sousa, lá nos states, deve estar a acompanhar esta nossa conversa. Gostava de o ver intervir com a sua arguta percepção prática das questões transcendentes.
    Estou em crer que ele estará a pensar neste assunto connosco. Venha daí essa opinião.

    Um abraço
    Adolfo

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