quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

LITERATURA/L: TOLSTOY



TÍTULO: FELICIDADE CONJUGAL
AUTOR: Leon Tolstoi

O livro de Tolstoi, é uma história de amor entre duas pessoas que nunca pensaram que tal viria a acontecer.

Ele, é visita de casa dos pais dela e muito mais velho, o que tornava quase impossível a consumação da relação conjugal entre ambos. Conheciam-se à muito tempo pois ele era amigo do pai dela, entretanto falecido.

Nas suas cogitações de adolescente ela dava com ela própria a pensar de como seria o seu futuro marido e até como seria, se ele próprio a pedisse em casamento ou quisesse casar com ela.

Enquanto, ela, que se julgava bonita, pensava que isso seria o ponto de partida para se iniciar uma relação de amizade e amor entre ambos; ele, por seu lado, entendia que a alma é que era importante.

A beleza física não é tão importante assim, porquanto nalguns casos ou em quase todos, essa beleza exterior não se identifica com a beleza interior, que se expressa através da prática de valores. E por aqui, sim, nós temos à nossa disposição indicadores credíveis para concluir.

Ele era um homem experiente, conhecedor das vicissitudes e exigências da vida, sabia que a vida era fértil em ciclos de bom relacionamento e de outros de menos bom relacionamento

Enquanto ele se considerava preparado, tendo conhecimento dessas alterações de humor na vida, ela pura e simplesmente desconhecia a sua existência.

Este livro é uma obra com melodia como se pode ver por esta pequena amostra que vai a seguir.
“Serguei Mikailovitch era nosso vizinho e amigo de meu defunto pai, embora muito mais novo do que ele. A sua chegada modificava-nos os planos, mas oferecia-nos a possibilidade sairmos da aldeia. Além disso, desde pequena me acostumara a respeitá-lo e a ter-lhe afeição.

Toda a gente da casa, a começar por Kátia e Sónia até ao último dos cocheiros, nos habituara a estimá-lo. Por outro lado, ele tinha para mim uma importância extraordinária, graças a umas palavras que ouvira a minha mãe. Dissera-lhe certa vez que desejava para mim um marido como ele.

Nessa altura pareceu-me estranho e até desagradável. Sonhava com um galã delgado, pálido e triste. E Serguei Mikailovitch era de certa idade, corpulento, e ao que parecia, de feitio alegre.

Apesar de tudo, essas palavras tinham-me impressionado e, seis anos antes, tinha eu onze, tratava-me ele por tu, brincava comigo e chamava-me menina violeta Perguntava a mim mesma, às vezes, não sem temor, que faria se ele quisesse casar comigo.

Serguei Mikailovitch chegou antes do almoço.Apertou-me a mão com força, quase que me fez doer.Pensei que ia beijar-ma e inclinei-me para ele, mas limitou-se a apertar-ma de novo e a fitar nos meus os seus olhos de expressão firme e alegre.

Não nos víamos há seis anos. Mudara muito; estava queimado pelo sol e usava uma patilhas que o não favorecia.

Ao cabo de cinco minutos, deixara de ser um hóspede, convertera-se numa pessoa da casa, inclusivamente para os criados, que tanto se tinham alegrado com a sua chegada, como se deduzia da agitação e esmero que mostravam. Serguei mostrou-se alegre e comunicativo. Não disse nem uma palavra a respeito da mãezinha. Pareceu-me indiferença; mas depois compreendi que não se tratava de indiferença, mas de sinceridade e senti-me grata...

A compaixão que nos demonstrava este homem tão bom, que, ao fim e ao cabo, não pertencia à família deu-me uma sensação de bem estar.

Um clássico da literatura.

SOUSAFARIAS

1 comentário:

  1. Viva,
    Hoje voltei ao convívio com o BRACIAIS e fiquei contente quando,depois de vários dias a dar com a pota fechada,de repente a vi aberta e livre para entrar. Até já tinha uma ideia de um post de apelo e protesto pelo cartaz que me aparecia a dizer(mais ou menos):"reservado aos amigos", e fazia lembrar aqueles dos clubes reservados aos sócios.
    Felicito o retorno do Braciais à participação dos amigos e adversários porque ambos são necessários para que o conflito de ideias se ilumine.E pensando bem,se todos fossemos amigos,por falta de comparação,deixava de fazer sentido a palavra amigo.
    Não há que temer anónimos maldizentes,obtusos, ofensivos,insultuosos ou o que qeiram ser.Mantendo nós a nossa verticalidade e honradez na convicção honesta do que pensamos e dizemos, a maldade dos outros acaba por ficar amarrada a quem a pratica.É o que eu penso e no uso que faço da blogosfera.
    Um abraço do Adolfo Contreiras.

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