segunda-feira, 24 de novembro de 2008

OPINIÃO/IMPRENSA JN


O POVO NÃO GOSTA DE GUERRAS CIVIS
JN/ Rafael Branco


1 - Maria de Lurdes Rodrigues e Mário Nogueira fazem lembrar dois generais romanos, César e Pompeu. Ambos lutando pelo estatuto de Primeiro Homem de Roma. Ambos obcecados pelo poder e pela sua "dignitas". Ao ponto de se envolverem numa guerra civil que quase destruiu a sua civilização.

2 - A dúvida, por enquanto, é saber quem, nesta comédia moderna, encarna César [o vencedor] e quem encarna Pompeu [o derrotado]. Sendo que o actual campo de batalha, em vez de Roma, é a escola pública.

3 - Ministra e sindicalista foram, nos últimos dias, cavando trincheiras, reunindo centuriões, aumentando o tom da retórica, diminuindo a margem de recuo, liquidando a possibilidade de negociação racional. Estão num beco sem saída e nem percebem que é o mesmo beco. Como se escreveu mil vezes, nenhum conseguirá recuar sem perder a face. Sem perder a "dignitas". Não tarda e será até inconsequente tentar perceber se algum tem mais razão do que o outro.

4 -No caso de Roma, acabou por vencer César. Não era melhor nem pior que Pompeu, nem como general, nem como político, nem como intelectual. Mas, como se sabe, a história é escrita pelos vencedores, e portanto foi César que passou para a galeria dos heróis e para o panteão dos deuses. Mas essa é apenas uma forma de interpretar a História. Outra é lembrar que a guerra deixou ressentimentos tão profundos que o vencedor pouco lhe sobreviveu. O "primus" acabou assassinado pelos seus "pares" quando ainda apenas tinha começado a usufruir do seu novo estatuto.

5 - Maria de Lurdes Rodrigues e Mário Nogueira são duas personalidades relevantes da política portuguesa. Com virtudes, mas também com defeitos: a primeira porque vai transformando a sua obstinação num fim em si mesmo; o segundo porque persiste em confundir o interesse da corporação com o interesse do país. Um e outro estão cada vez mais parecidos, uma vez que ameaçam sobrepor a sua "dignitas" ao interesse colectivo. Quando e se um deles acabar por finalmente sobrepor-se ao outro, já não terá louros para colher. O povo não gosta de guerras civis. São demasiado destrutivas e deixam feridas incuráveis.

6 - Disse Manuel Alegre no final desta semana que os generais precisam de saber fazer a guerra, mas também de saber fazer a paz. Percebeu que a ministra abriu algumas portas e pedia-lhe que não as voltasse a fechar, enquanto apelava aos sindicatos que aproveitassem a porta entreaberta para negociar. Veremos se o fim-de-semana serviu para acalmar espíritos bélicos ou se as legiões voltarão à formação de batalha.

P.S. Há uma escola em Beiriz, na Póvoa de Varzim, onde o processo de avaliação decorre dentro dos prazos, sem manifestações nem protestos. "Em vez de meterem a cabeça na areia", os órgãos da escola empenharam-se em encontrar soluções menos burocráticas. Depois das primeiras notícias, o Conselho Executivo opta agora pelo silêncio. Porque de outras escolas e de outros professores o que chegam não são elogios, são acusações de "fura-greves". Conclui-se que a alguns professores faria bem regressar à condição de aluno. Para frequentarem a cadeira de "Formação Cívica"…

O MEU COMENTÁRIO /OPINIÃO (por pontos)

1 – Este é o jornalismo que temos.. Uma classe profissional está no terreno a defender os seus interesses dentro das normas vigentes (os professores) e perante isto, o jornalista, que deveria dar uma opinião válida sobre o assunto, vem falar - me da história de Roma, vejam bem. O que este jornalista revela é que da matéria entende zero e com esta posição esquece-se que está a ofender os professores que teve e que tentaram ensinar-lhe o que é a justiça mas que ele não aprendeu nada. Mas o jornal não terá aí um director que tome conta disto?...

2 – Tanto insulto meu Deus ....

OUTROS.. Não consigo ler tantas inexactidões, mas arrisco a considerar o texto uma anormalidade.


Publicação de
JBS

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