sábado, 15 de novembro de 2008

CONCORDO COM A ANÁLISE DO JN


A EDUCAÇÃO IRRACIONAL
por paulo ferreira

A polémica que nos é servida, diariamente e em doses cavalares, sobre o estado da Educação está próxima de atingir um ponto de irracionalidade. Se é que não atingiu já.

É pena que os actores do sector porventura mais decisivo para o futuro do país não sejam capazes de manter elevado o tom de uma discussão que devia ser séria e decisiva. Sim, decisiva, porque não é possível continuar, como antigamente, a aceitar que a avaliação dos professores seja uma fantochada: o mérito deve ser premiado, por uma elementar questão de justiça.

Ocorre que o essencial do debate já há muito está ultrapassado pela vozearia e pela troca inconsequente de mimos. Exemplo último: ontem, o porta-voz oficial do PS, Vitalino Canas, acusou os responsáveis sindicais, chamando-lhes "radicais", de instrumentalizar os jovens que, um pouco por todo o país, se têm divertido a atirar ovos e tomates à ministra e aos seus secretários de Estado.

Vitalino Canas sabe que este tipo de acusação não acrescenta um átomo à discussão que realmente interessa. Mas, ainda assim, decidiu entrar num jogo perigoso que, no mínimo, o obriga a identificar os instrumentalizadores, sob pena de ficar ele com o ónus de apontar o dedo a incertos, o que não é bonito.

De resto, a única atitude correcta a ter perante a atitude dos alunos é menosprezo. Na verdade, nada de politicamente substantivo os empurra para as manifestações. Eles acham apenas piada à coisa - e mais piada ainda se puderem aparecer na televisão na qualidade de intrépidos autores de palermices, como atirar ovos ou tomates a responsáveis governamentais.

O presidente da República já percebeu que a confusão instalada aconselha prudência. Vai daí veio pedir calma e serenidade. O apelo dificilmente pegará. Porquê? Porque ou Maria de Lurdes Rodrigues recua nas suas intenções e perde toda a margem de manobra para efectuar novas reformas da Educação, ou a ministra e o Governo não recuam um milímetro - e aí terão que saber suportar os custos políticos das sucessivas investidas dos professores, dos alunos, dos sindicatos e da Oposição. Há uma terceira possibilidade: a ministra segue o exemplo de Correia de Campos, ex-ministro da Saúde, e sacrifica-se (a pedido de José Sócrates, claro) em nome da estabilidade que o sector da Educação necessita para seguir em frente.

Quem não está em condições de ceder um bocadinho que seja são os sindicatos - a corda está tão esticada que qualquer recuo os deixará com pouca capacidade para reclamarem dos professores novos esforços para novas lutas. Sendo que é disso que os sindicatos vivem, a equação não se afigura fácil.


MEU COMENTÁRIO


Concordo com o comentarista.

JBS


2 comentários:

  1. Pena que se associe a uma críric aestúpida como esta... Já reparou que o autor considera que "não é possível continuar, como antigamente, a aceitar que avaliação dos professores seja uma fantochada"antes a avaliação era uma "fantochada"?
    Que me diz ao facto de Paulo Ferreira ter afirmado neste texto que "Vitalino Canas, acusou os responsáveis sindicais, (...) de instrumentalizar os jovens" e que "Vitalino Canas sabe que este tipo de acusação (...)decidiu entrar num jogo perigoso que, no mínimo, o obriga a identificar os instrumentalizadores(...)"... Pois bem. Nós discordamos... Mais, consideramos que também Paulo Ferreira (que parece ter chegado a Subdirector, imagino, sem uma verdaddira avaliação pela ingenuidade e incoerência do seu discurso...) se mete em sarilhos e talvez tenha, tal como Vitalinmo Canas, problemas com a identificação dos fantoches... pois, este insulto, parece dirigido a todos os professores (que eram obrigatoriamente avaliados nos tems da lei) mas também ao legislador que aprovou as leis e que por sinal agora desempenha o simpes cargo de Prosidente da República.. Por isto se deduz que paulo Ferreira chamou FANTOCHE a Cavaco Silva...
    Pois bem, meu caro. Perante isto, vai manter o seu comentário final "concordo com o comentarista? ou vai retratar-se neste blog, pedindo desculpa aos professores? É que corre também riscos pois os professores professores sempre foram avaliados... E já há um grupo de professores que não eram fantoches e, sentindo-se ofendidos, vão processar criminalmente José Sócrates.. parabéns pela coragem... Será desta que ele se vai embora? Que leve a Ministra da Educação com ele...
    Visite-nos em http://ferreirablog.blogs.sapo.pt

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  2. MEU CARO AMIGO, manda a ética que não me envergonhe de lhe dar total razão. Não sei onde tinah a cabeça no momento em que
    escrevi que concordava. Se quiser fazer o favor de ver os meus posts verá que estou do vosso lado. Obrigado pelo comentário enviado.

    João Brito Sousa

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