terça-feira, 7 de julho de 2009

O MEU LIVRO


AFINAL.... AINDA TEMOS UM!...

Quando António Lobo Antunes fez o lançamento de “MEMÓRIA DE ELEFNTE” em 1979, o livro ficou exposto, entre outros lugares, na montra do DN no Rossio, em Lisboa e, disse o autor que todas as tardes ia dar uma passeata pela baixa para ver o livro exposto na montra. Penso que lhe dava gozo ver um livro seu editado e publicado e por isso passava pela baixa da cidade.

O meu livro está também nalgumas livrarias, entre elas, a LIVRARIA LEITURA, no Centro Comercial da cidade do Porto, livraria que praticamente visito todos os dias. Todavia, sabia que o livro estava lá, mas nunca o tinha visto nas prateleiras. Assim sendo, dirigi-me ao balcão e perguntei pelo livro “LUCIDEZ DE PENSAMENTO”. A funcionária entrou no computador, pesquisou e saiu-se com este comentário: ”Afinal ainda temos um ....”, sinal que a Livraria tinha vendido dois livros, porque tinha encomendado três à Editora. Mas a forma como a funcionária respondeu é que eu achei piada.

António Lobo Antunes é tido como escritor genial mas não o consigo entender muito bem e tenho até algumas dificuldades em ler e perceber as suas obras Reconheço-lhe génio na crónica curta e nas intervenções na TV. Há bem pouco tempo esteve no Porto a dar autógrafos no acima citado centro comercial. e, tendo eu adquirido o livro objecto do autógrafo a dar pelo escritor, pus-me na fila e, quando chegou a minha vez, como já escrevia para os jornais, pedi-lhe uma entrevista. E a resposta foi: Eh pá... já abria boca de mais...

António Lobo Antunes é descendente de brasileiros e sobre o Brasil diz ele: “Para mim, o Brasil não é um país, são cheiros, sabores, os doces das minhas tias, uma maneira de viver, de falar. Isso está sempre comigo”, contou Lobo Antunes, cuja última passagem pelo País havia sido em 1983. Diz o autor que tem uma relação difícil com a prosa, que começa a ler e tem vontade de corrigir logo.

Numa entrevista dada no Brasil, disse o escritor que este País também povoou a sua infância em Lisboa, visto o avô possuir uma biblioteca constituída basicamente por clássicos brasileiros do século XIX, como José Alencar. Raul Pompeia, além de Jorge Amado e João Ubaldo Ribeiro. Todavia o que impressiona é serem os poetas que quem mais o seduz. Diz que lê poesia para aprender a escrever, pois num poema cada palavra tem o seu peso.

A literatura de Lobo Antunes é, de certo modo difícil. Ele conta muitas vezes aquela cena do esquizofrénico barbudo que entra no seu consultório e diz “que o mundo foi feito por trás” Por aqui se pode compreender a dificuldade de entender a literatura de LA, que diz ainda “quem faz o livro é o leitor”.

A literatura é o mundo por onde entrei agora e é um mundo fascinante. Parecendo que já foi tudo escrito, há sempre lugar para mais um. Dependendo do estilo que cada um apresente. A parte final do livro é muito importante. Assim como o arranque.. O livro deve levar atrás o leitor . O leitor tem mais perspicácia que o autor , diz Baptista-Bastos.

João Brito Sousa

1 comentário:

  1. 'O livro deve levar atraz o leitor'mas ate que ponto as vivencias do leitor nao o fazem ter uma interpretacao diferenciada?
    "LUCIDEZ DE PENSAMENTO" foi discutido neste fim de semana por tres leitores onde eu me incluia...depois do jantar,a' beira da praia,falamos nos personagens,dos personagens que mais sobressaiem e,para minha surpresa,nao concordamos ... para mim foi Cidalia a personagem marcante,para os restantes leitores nao! Embora quase chegassem a acordo sobre Francisco mas...com reticencias.
    Daqui concluo que as vivencias influem...
    Diogo

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