segunda-feira, 29 de setembro de 2008

IMPRENSA /RECORD


COMPETÊNCIAS, ARBITRAGENS e ETC...
Por RUI CARTAXANA

O prof. Jesualdo Ferreira, que nos delicia nas suas frequentes rodadas de imprensa com considerações filosóficas sobre o mundo e as espécies que o habitam, resolveu desta vez falar dessa coisa comezinha que é o futebol. Para ser mais concreto de arbitragens. Foi assim que, partindo de uma notável, mas subtil, análise às consequências do malfadado processo do Apito Dourado, aquele professor chega a três notáveis conclusões:

1ª - no famoso jogo de Vila do Conde, de má memória para a sua equipa, o problema foi de “competências”;

2ª - não foi só o FC Porto que foi incompetente, a arbitragem também o foi;

3ª - trata-se, como é evidente, de uma consequência do Apito Dourado, como aliás, ele já previra antes de começar a Liga, apelando a que o Apito Dourado não fosse pretexto para arbitragens em prejuízo do FC Porto - como já estava a acontecer! Este brilhante raciocínio de Ferreira foi ilustrado com exemplos de “casos” verificados com os seus “rivais” de Lisboa. Com o Sporting, o penálti “cometido” por Tonel em Braga e, no último jogo, o golo de Postiga fora de jogo. Quanto ao Benfica, quando há penáltis a favor, marcam-se (Paços de Ferreira), para não falar no escândalo do caso Luisão – e aqui, pelo mérito e brilhantismo da arguição, dou a palavra ao Professor: “O Luisão foi castigado por via de sumaríssimo, mas isso não impediu que tivesse continuado em jogo depois de ter agredido um jogador nosso!”

Bem, vamos mas é falar a sério sobre este lamentável e desconexo arrazoado em nome daquela velha táctica tão ao estilo do agora silencioso presidente de Jesualdo, que, no impedimento do “original”, o tenta imitar. Mas que não faz mais do que confirmar aquela máxima segundo a qual as imitações são sempre piores que o original. Estamos na 3ª jornada do Campeonato, o processo Apito Dourado começou há mais de 5 anos (com os árbitros e todos os implicados a serem ouvidos, etc.) e Jesualdo Ferreira descobre “agora” que os árbitros “vão” prejudicar o FC Porto! Pior ainda é aquela de lamentar que o Luisão, objecto de um sumaríssimo, “tivesse continuado a jogar até final do jogo depois de ter agredido um jogador nosso”. E por falar em competências, Jesualdo tem obrigação de saber que um sumaríssimo só pode existir por alegadas faltas não vistas nem penalizadas pelo árbitro e que, em caso de punição, ela será sempre aplicada à posteriori. Ora abóbora.

publicado por
João Brito Sousa
COMENTÁRIO
Estou totalmente ao lado de RUI CARTAXANA; e contra o clube de batoteiros como foi apelidado pelo Presidente da UEFA.
JBS

domingo, 28 de setembro de 2008

IMPRENSA / Visão

EM AGOSTO
por António Lobo Antunes


O mês de agosto passado em casa, a escrever, almoçando e jantando nos restaurantezitos em torno. Sinto-me bem nestes sítios modestos, de ementa escrita a lápis, onde me fazem a conta na toalha de papel e me tratam por senhor António, com o respeito devido ao melhor escritor da rua. Conheço os sem-abrigo, as prostitutas, os travestis, oshomens que comem sozinhos

(tantos homens que comem sozinhos, a começar por mim)

e de quem, a pouco e pouco, vou decifrando a vida: retratos de fi lhos puxados da carteira, doenças, viuvezes. Mostram-me análises, queixam-se da tensão, sabem mais de mim do que eu pensava: sou a celebridade do bairro, até nas lojas de paquistaneses, que me servem de supermercado, me topam. E perdoam-me se por distracção não respondo a um cumprimento
– Está sempre a olhar para dentro, o senhor António

eu que julgava olhar para fora, na minha qualidade de gatuno, porque tenho levado os anos a roubar caras, gestos, palavras, coisas de que não dou conta e me aparecem depois. Um templo adventista aqui perto, onde no domingo passado um casamento de africanos. Dúzias deles. E uma alemã de penteado esquisitíssimo, a pedir esmola nos semáforos com um saco de plástico em cada mão. Pensõezinhas manhosas para encontros rápidos. Consultórios de dentistas a dar com um pau, sei lá porquê. Automóveis antigos. Lustres barrocos, à noite, para além das janelas abertas. O correio deixa-me as encomendas na mercearia ao lado, com o retrato da neta na prateleira do fundo. Parece que voltei à minha infância, a Benfi ca, a Nelas. Não me lembro se era feliz nessa época.

Se calhar era. Esqueci. Quer dizer não esqueci as casas nem as travessas: esqueci-me a mim, ou era outro então. Toda a gente viva nesse tempo. Tardes mais que compridas, infinitas, relógios preguiçosos. Hoje nem mastigam as horas, engolem-nas e o senhor António perde-se nas datas embora as ponha no alto das páginas em que faz o livro. Que livro estás a escrever, senhor António? Não sei. Mesmo depois de acabados não sei. E ainda que soubesse, de livros não falo.

Tantos prémios, tanto reconhecimento, tanta medalha, tanta tradução. Não sou velho mas pergunto-me se a unanimidade respeitosa não fará parte das doenças da velhice, a mais grave de todas. Se alguém diz mal de mim, alegra-me: ainda não apodreci, que bom.

Estranho agosto este na casa que o vazio aumenta e as férias da empregada vão embaciando de pó. Roupa que nunca mais acaba à espera dela no cesto. A mudez do telefone de que quase ninguém tem o número e eu nem triste nem contente, a visitar- me de manhã no espelho na altura da barba. Lá está o sujeito dos livros que não se diz bom dia, vai aparecendo à medida que rapa o creme. Em criança, quando me davam a sopa, fi xava-me no prato à espera da rã que saltava um muro, impressa no fundo. A partir de não sei quantas colheres ia surgindo a pouco e pouco, colorida, feliz, de suspensórios e calções

– Não quero mais, já se vê a rã
e insistiam
– Só esta
a mentirem-me porque o esta eram várias. Até rapavam a loiça
– É a última, a sério

e ao deslaçarem o babete da nuca magoavam-me sempre. Sopa de couves, sopa de feijão, sopa de ervilhas, a quantidade de sopas que me obrigaram a empanzinar, meu Deus. E bife raspado. E puré. E xarope no fim, de frascos de rótulo peganhento, tanto xarope que cá canta também. Bananas cortadas às rodelas e esmagadas com o garfo

– Quem quer crescer come bananas

e embora crescer não me dissesse grande coisa comia. Apesar de não se achar à frente na lista dos meus sonhos a ideia de ter óculos e tosse não me desagradava. E deitar-me às horas que queria, ler o jornal, botar opiniões. Usar anel isso sim, o que eu desejei usar um anel. E, já agora, um braço em gesso. Uma perna então nem se fala, com canadianas e tudo, coxear com majestade no corredor. Os meus pais a falarem francês ou inglês para a gente não perceber, e eu tentando decifrar aqueles mistérios que permanecem. Há qualquer coisa nos adultos que continua a escapar-me.

Certos olhares. Certas frases. Os suspiros desalentados de uma tia solteira. Conseguir argolinhas de fumo: nunca aprendi. O meu avô calado: não me recordo de nenhum contentamento nele, recordo-me que lia na varanda para a vinha e é tudo. O vento nos castanheiros à noite. Um senhor que anunciava ao ir-se embora

– Eu vou-me chegando

e o mês de agosto passado em casa, a escrever. Se eu conseguisse exprimir, sem ser nos livros, tudo o que tenho dentro, que mundo em chamas não seria, que nortada. Coisas tranquilas também, pequenas doçuras, dedos lentos pelas costas acima. Este inexplicável sentimento de eternidade, a rã do fundo que não aparecerá nunca. Duro cinco minutos: sou eterno. Duro vinte anos: sou eterno. Olha o senhor António que não acaba. A cabeça na lua e o corpo junto a nós, até que a cabeça se aproxima, os olhos, o nariz, a boca, vai baixando, baixando, e começa a sorrir.


Está no fi m desta crónica. Uma ou duas frases e pronto. Depois lanchauma torrada no cafezinho em frente e torna a escrever. Imenso sol lá fora, um par de gatos pequeninos, ainda sem medo, espantados. Não têm nome, não têm passado, a mãe inventou-os há dias. Não pertencem seja a quem for, são deles mesmos. Despeço-me de vocês. Ou seja

– Vou-me chegando

e desço as escadas, volto-me a acenar e desapareço no bairro para sempre. Há quantos anos não me ouviam assobiar uma cantiga qualquer, há quantos anos me não viam dar uma pirueta na rua, ou seja bater os calcanhares um no outro a meio de um saltinho? Não vale a pena correrem à esquina a procurar-me: não estou lá.

publicação de
JOÃO BRITO SOUSA

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

OPINIÃO


NÃO ESTOU DE ACORDO COM

JOSÉ MOURINHO, que anda eufórico por causa das cem vitórias em casa e que começaram em 2002 num FCPorto/ Alverca.

Ora José Mourinho convenceu-me no Chelsea e está agora a convencer-me no INTER. No Porto nunca me convenceu porque foi sempre minha convicção que havia outros poderes acima de Mourinho parar ganhar os jogos. Em minha opinião esses jogos do FCPoro não deveriam contar para nada.

JESUALDO FERREIRA, porque anda a meter-se na arbitragem e quando devia fazê-lo esteve calado. Já lhe coloquei a questão nestes termos. Qual a sua opinião acerca do jogo U. LEIRIA /FCPORTO da época passada? Ainda não respondeu mas mantenho a pergunta. E qual o papel do Dr. ADRIANO PINTO no futebol português?

Só depois disto respondido poderá falar, mister JESUALDO, Ok.

Publicação de
João Brito Sousa

IMPRENSA / VISÃO


O COMBATE AO CRIME
Por JOSÉ CARLOS VASCONCELOS

A criminalidade e a violência são preocupantes e tendem, um pouco por toda a parte, a aumentar. Muitas vezes estão associadas ao próprio crescimento ou desenvolvimento, não humana e socialmente sustentado, das sociedades. Combatê-las com determinação e firmeza, na dupla vertente preventiva/repressiva, é um direito e um dever, até de cidadania. Combatê-las no respeito integral pela dignidade das pessoas e pelos Direitos do Homem, incluindo os acusados ou mesmo criminosos (sem esquecer que quem em primeiro lugar merece protecção e compaixão são as vítimas), é a obrigação de uma sociedade civilizada, democrática. E não há nem pode haver qualquer oposição entre estes dois termos.

Seria um erro grave para a esquerda ( já muitas vezes o foi...) pensar que a segurança é um valor de direita. A esquerda e um Governo que dela se reclama devem assumir como um dos seus objectivos fundamentais, com a consequente disponibilização de meios, aquele combate, a defesa da segurança das pessoas – condição também do exercício concreto da(s) liberdade(s). Como deve recusar o facilitismo das fórmulas segundo as quais tudo se resolve com mais polícia e penas mais pesadas, o que é falso, denunciar a demagogia e o alarmismo, não cair na tentação de usar métodos menos sérios.

VEM ISTO A PROPÓSITO da recente «onda de violência» e do clima que em redor dela se criou. A criminalidade opera também por surtos, cíclicos ou dependentes da actividade de um «bando», desmantelado o qual a situação se normaliza. E a sua percepção depende da repercussão nos media. Sendo certo que estes, após um crime de grande impacto (como o do assalto à dependência bancária em Lisboa, com uma morte em directo nas TVs ), passam a dar relevo aos crimes menores.

Sobretudo quando há pouca matéria noticiosa: por isso é verdade que se neste Verão tivesse havido mais fogos, teria havido muito menos tiros... Enfim, embora pense que a criminalidade vai a breve prazo diminuir na agenda mediática (para voltar mais cedo ou mais tarde, é certo), deve-se aproveitar para tomar algumas medidas. Como a correcção, mesmom que por um caminho ínvio, das normas sobre a prisão preventiva, evitando perigos para os quais se alertou aquando das últimas alterações à lei penal (perigos que não existiriam se todos os magistrados fossem inteligentes, competentes? Talvez. Mas como não são...). E como as medidas tendentes a melhorar a operacionalidade das polícias, mesmo sem aumentar os seus efectivos (excepto os da PJ), dado que a ratio polícias-cidadãos já está acima da média europeia.

Já agora, convém restaurar o sentimento de segurança e confiança na Polícia de outra forma que não com aquelas megaoperações para inglês ver, com as câmaras de televisão atrás, de cerco a bairros «problemáticos», que só os tornam mais problemáticos, difi cultam a vida a quem não tem culpa nenhuma e não conseguem quaisquer resultados, ocupando entretanto dezenas ou centenas de polícias que podiam estar a fazer algo mais efi caz.

PAULO PORTAS OCULTOU AOS OUTROS membros da direcção do CDS/PP, durante cerca de um ano, o pedido de demissão de Luís Nobre Guedes, no que constitui mais um expressivo episódio da degradação de um partido que desempenhou um papel assinalável no arranque e consolidação do regime democrático português. Desempenhou-o, aliás, desde que apareceu, em 1974, até que se foi autodestruindo. Sobretudo com Portas, que este episódio mostra, além de sem confiança sequer nos colegas de direcção, cada vez mais isolado. Tanto mais que Nobre Guedes, conhecido advogado, sempre foi dos seus principais sustentáculos, dos tempos de O Independente até aos da tomada do poder num partido que o actual líder quis moldar à sua imagem e semelhança. Com os resultados que estão à vista.

Mas este episódio mostra também uma espécie de inexistência, ou singularíssima existência, de um partido, e com representação parlamentar, em que foi possível um vice-presidente pedir a demissão e naturalmente afastar-se, há um ano, sem ninguém dar por isso, nem mesmo os seus colegas de direcção!

Publicado por
João Brito Sousa

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

UMA FIGURA NEXENSE


FIGURAS NEXENSES
por João Brito Sousa

O PROFESSOR. LEITÃO E OUTOS

O Professor Leitão era o professor primário de SANTA BÁRBARA DE NEXE, aí por volta dos anos cinquenta. Naquele tempo, um professor tinha aulas o dia inteiro e tinha as quatro classes e um bocado de trabalho com aquilo, porque tinha que leccionar leitura e divisão de orações, aritmética (com aquele problema das torneiras, muito complicado, que perguntava assim: Em quantas horas encheu o tanque?) A coisa não era fácil pois na quarta classe desse tempo não se ensinava a regra de três simples, era tudo raciocínio lógico. Ensinava-se também História, com os reis todos e mais as dinastias e sobretudo a revolta de 1820 entre os Miguelistas e os Liberais, que era uma matéria difícil para uma criança de dez anos perceber. Havia ainda as Ciências Naturais, onde se estudava o corpo humano, com os ventrículos e as aurículas e, ainda, os batráquios, mais não sei quê, mais não sei quanto. A sala, que ficava ao pé da Torre da Igreja, era um armazém asseado. O professor morava ali também e a sala estava cheia de rapaziada (rapazes e raparigas) e havia um cântaro de água, com um copo para os alunos beberem. Um dia o Elias, que era um “Choninhas” e que se queixava muito dos outros ao professor, foi beber água ao cântaro. Escorregou, caiu, levou o cântaro atrás e o cântaro lá se foi... Ao ouvir tal sarrabulho, o Leitão veio e... perante tal situação, virou a cara para o lado, respirou fundo e disse: “Elias, dá cá a mão! Agora são vinte, menino Elias, ouviu?” Nesse tempo, o grande auxiliar, do professor primário em geral e do professor Leitão em particular, era a régua que fazia milagres, como dizia o Mestre-Escola dos “Meus Amores”, do Trindade Coelho. E nisso o Professor Leitão era Mestre. Era cada dose de reguadas que a malta gritava. De tal maneira e força que quase se ouvia na venda do Amadeu. Apesar de tudo, é importante dizer que havia cooperação entre a Escola e a Família, resultando a (boa) educação do aluno do esforço das duas partes.

O melhor cliente que o professor Leitão tinha, que era simultaneamente a melhor cooperação Escola/ Família, era o António de Sousa Bárbara, o filho da Ti Ermelinda e do Ti Manuel de Sousa Farias, que mais tarde foi coveiro aí no cemitério local O António era um rapaz destemido, não tinha medo de nada, tanto dormia em casa como na rua ou dentro do forno e a mãe, a D. Ermelinda, não dava conta dele. Então, levava-o à Escola e recomendava ao Professor que lhe desse uma tareia das fortes. Só que o Professor Leitão nunca teve muita sorte com isso, porque o António fugia da Escola, fugia da Guarda Nacional Republicana, fugia de todo o lado. Uma vez quiseram metê-lo na cadeia e os Guardas não conseguiram, porque ele punha os pés à parede e daqui ninguém me tira.

O melhor aluno desse tempo era um dos filhos do Pai da Malta, o hoje Eng.º José Pinto Faria, grande aluno quer na primária, quer na Escola Comercial e Industrial, quer no IST, onde se licenciou em Engenharia. Quando eu cheguei à Escola Comercial em Faro, em 52, estava ele de saída, mas era um rapaz muito popular lá na Escola, jogava muito bem à bola, a defesa central, e nos jogos com o Liceu brilhava porque fisicamente era muito poderoso. De tal modo era assim, que chegou a campeão nacional de judo. E ainda está por aí...

terça-feira, 23 de setembro de 2008

CRÓNICA FROM WASHINGTON


MARX E O CAPITALISMO'

por DIOGO COSTA SOUSA


....Como disse Marx...o capitalismo entregue a ele próprio destruir-se-à...eu acrescentaria ou corrigiria...para capitalismo selvagem que foi o praticado pela administração Bush....1 trilião a injectar na economia para corrigir sem fazer mais "SANGUE" .....outro trilião e...contando, para a guerra estúpida em que se meteu.....onde vamos "parar"?....em realidade ninguém sabe...o impensável aconteceu pela mao dos maiores inimigos da intervenção do estado no privado.....Um plano "Marchal" para reconstruir a economia ?


A teoria Reganista de que o mercado se acerta a ele próprio não funcionou......de que a maré alta levanta todos os barcos não funcionou......A trickal down tão pouco !.....Os candidatos contradizem-se ao que parece "so" para serem diferentes......um marasmo que o "zé povinho" se encontra enleado e, a impressão que me da' e' que esta boquiaberto esperando para ver.
E.......vem ai' a general motors....espera para ver se me engano....e vai ser outra conta calada.

p/s....o fenómeno Sarah esta-se diluindo sob o efeito da economia....parece que nem de propósito

MEU COMENTÁRIO

Bela análise.
Yr John

sábado, 20 de setembro de 2008

FROM WASHINGTON


HONRA; ALGUÉM SE LEMBRA?

No antigo faroeste americano, os que eram apanhados a fazer batota ao jogo eram despidos de tudo, pintados com alcatrão, cobertos de penas e expulsos da cidade. Hoje recebem milhões de indemnização para se irem embora e eformas vitalícias que são um escândalo público.

1 Há apenas uns meses, o senador McCain, que em Janeiro se poderá tornar o próximo Presidente dos Estados Unidos, afirmava ainda que o governo federal se deveria “manter fora” dos assuntos que tinham que ver com o funcionamento do sector financeiro e do “livre mercado” capitalista. Embora já então fosse mais do que evidente que a chamada crise do «subprime» no sistema financeiro americano estava ainda longe de mostrar o fundo e que o fundo era um lamaçal onde alguns dos mais incensados ‘colarinhos brancos’ dos Estados Unidos estavam atolados em práticas impensáveis de batota e especulação irresponsável, o velho senador mantinha-se ainda atado de pés e mãos à crença de que o capitalismo é conforme à vontade de Deus e que qualquer veleidade de vigilância sobre ele é um erro económico e um atentado aos “valores” da “sociedade liberal”.
Mas esta semana, confrontado com a decisão do Tesouro de injectar 85.000 mil milhões de dólares na AIG para evitar a falência da maior seguradora mundial e o colapso de milhões de pensões de reforma de americanos que trabalharam toda a vida confiando no sistema, McCain teve de rever o seu discurso, embora talvez não as suas convicções. Agora, já veio falar na necessidade de regulação de um sector que revelou “excesso de ganância e de
irresponsabilidade”.
Com dezenas de milhões de votos de pensionistas a serem disputados em Novembro, com o dinheiro dos contribuintes americanos largamente empenhado para salvar a AIG, os dois maiores gigantes do crédito hipotecário e vários bancos entre os quais o sagrado JP Morgan, mesmo o mais doutrinário dos nefastos «neocoms» americanos não pode ignorar esta verdade vexatória: o capitalismo americano, o farol da terra, está a tentar ser salvo pelo Governo dos Estados Unidos com recurso a medidas que fazem lembrar o PREC português, dos anos 70. Só que, se então eram os comunistas que tratavam de nacionalizar a economia por questões ideológicas, agora são os próprios capitalistas a aplicar medidas comunistas para se salvarem a si próprios. Quem paga? Pagam os contribuintes, os que trabalharam em troca de um salário, enquanto os administradores do falido Lehman Brothers recebem milhões a título de prémio de ‘boa gestão’ ou indemnização para se irem embora, depois de terem afundado o navio.
Anos e anos a fio, os ‘liberais’ têm-nos explicado que as empresas têm de crescer, crescer sem limite, para “ganharem dimensão estratégica” numa “economia global”. E os governos tudo têm feito por isso: consentem e estimulam as fusões e aquisições, mesmo sabendo que tal diminui e falseia a concorrência - que é um dos pilares do mercado livre - e que, quando um gigante assim insuflado, como a AIG, tropeça na sua própria dimensão, são milhões de postos de trabalho de gente inocente que vão ser postos em causa e um efeito de cascata que se desencadeia, abalando toda a economia. Bem dizia Marx, que, entregue a si próprio, o capitalismo se devoraria.
O que falhou? Falhou a noção de honra dos capitalistas e a noção de dever dos governantes. Falhou a consciência da responsabilidade social do dinheiro, substituída pela simples ganância de mais e mais lucros, sem olhar sequer a regras de prudência elementares. Vimos como, entre nós, um banco que era apontado como um «case study» de modernidade e inovação, onde mandavam os gestores profissionais e não os accionistas parasitários, se transformou num «case study» de tropelias de toda a ordem, em que o objectivo principal da gestão parecia ser, não o de servir os accionistas, os clientes, os trabalhadores do banco ou a economia nacional, mas sim a luxúria e o desejo de acreditação social dos seus gestores. No antigo faroeste americano, os que eram apanhados a fazer batota ao jogo eram despidos de tudo, pintados com alcatrão, cobertos de penas e expulsos da cidade. Hoje recebem milhões de indemnização para se irem embora e reformas vitalícias que são um escândalo público. Porque, quando a honra deixa de ser um valor na vida em sociedade, a vergonha não pesa nada.
2 Consta que vamos mandar três polícias para a Geórgia. Não vão para dirigir o trânsito nem caçar multas por excesso de velocidade: vão, por mais ridículo que isto seja, para mostrar o nosso compromisso para com o objectivo da NATO de conter o “expansionismo russo” no Cáucaso. Ora, recapitulemos:
- a Geórgia é um dos países que se separaram da órbita da ex-URSS e que, em decorrência da perigosa estratégia de cerco à Rússia, logo recebeu a ajuda do imbecil do Bush para se tornar um satélite dos Estados Unidos, sob uma das três modalidades habitualmente propostas: receber mísseis americanos, aderir à NATO ou ser declarada protegida desta;

- entretanto, o novo país instalou-se sobre um poder formado por seitas mafiosas, totalmente corruptas e criminosas, autêntico paradigma do que é suposto não serem os “valores morais” do Ocidente;

- do novo país fazem parte as regiões autónomas da Abkhazia e Ossétia do Sul, de maioria russa, e que ficaram como enclaves da Geórgia, da mesma forma que o Kosovo, de maioria albanesa, ficou como enclave da Sérvia;

- quando, há meses, os Estados Unidos, a NATO e a UE promoveram a irresponsável declaração de independência unilateral do Kosovo, contra a ONU e com o único fundamento de que a maioria da sua população não era sérvia, Moscovo avisou que estavam a abrir uma caixa de Pandora e todos perceberam que sim e, todavia, foram em frente;

- escorada na protecção dos Estados Unidos e da NATO, a Geórgia resolveu romper o «statu quo» e forçar a anexação pela força das suas zonas russófonas: invadiu a Ossétia, matou indiscriminadamente, bombardeou, destruiu, provocou centenas de milhares ou milhões de refugiados: uma forma muito estranha de tratar o ‘seu povo’. Mas os EUA, a NATO, a UE, mantiveram-se calados. E só reagiram quando Moscovo enviou o Exército em defesa das populações russas e, obviamente, a seguir passou a promover a declaração de independência de ambas as regiões - tal qual como o Kosovo fez. Então, sim, as boas e idiotas almas que nos governam desataram a gritar: ‘Socorro, que o urso está de volta!’. Andam a brincar com o fogo. E nós lá vamos, acompanhando galhardamente o esforço de conter o ‘expansionismo russo’, enviando três polícias para essa coisa que nos é tão íntima, que é o Cáucaso. Mais valia mandarmos três bombeiros.
3 Uma lei especial e antiga estabeleceu que o general Eanes não poderia acumular a sua pensão de reserva como militar com a pensão de ex-Presidente da República. Uma lei estranha, num país em que as grandes figuras do regime acumulam tudo: pensões privadas com pensões públicas, pensões públicas com ordenados privados e pensões públicas com pensões públicas. Sentindo-se discriminado, o general recorreu à justiça, que, muitos anos depois lhe deu razão e mandou que passasse a receber ambas as pensões, mais os retroactivos, cerca de 1.300.000 euros. Eanes, porém, recusou receber os retroactivos. Num país em que tantos exigem e recebem do Estado o que podem e o que não deviam, ele recusou uma pequena fortuna. Não sei as razões, mas conheço suficientemente o homem para perceber a sua motivação. É uma questão de honra. E, nas questões de honra, não basta apregoá-la, é preciso tê-la.

publicação de
João Brito Sousa

quinta-feira, 18 de setembro de 2008

IMPRENSA/ VISÃO


O MEU IRMÃO JOÃO
por Atónio Lobo Antunes

É talvez a pessoa que conheço melhor no mundo e todavia quase não falamos. Para quê? São desnecessárias as palavras entre nós, passámos mais de vinte anos, acho eu, no mesmo quarto, num silencioso princípio de vasos comunicantes que até hoje se mantém. Para além do muito amor que raramente lhe manifestei tenho uma imensa admiração por ele e um orgulho sem limites. Herdou do nosso pai (herdaste do pai, sim, tem paciência) a honestidade, o carácter, a coragem e o horror à mentira. Desde criança foste sempre valente. Se assim à má fi la me ordenassem que dissesse duas características tuas respondia logo a valentia e o pudor, formas supremas da elegância. E isto desde que te conheço, tu que nasceste vinte meses depois de mim
(o número vinte deu-lhe para me perseguir hoje)

que era cobarde e despudorado e custou-me tanto ver-me livre dessa ganga nojenta, zangado de vergonha comigo. Foste sempre digno e discreto contigo mesmo e com os outros e bem sei, sem mo teres dito, as difi culdades e as dores que sofreste, a carne viva que escondes e eu vejo, a compaixão que não mostras e eu sinto. E a tua oculta e bondosa generosidade. O rigor também, a falta de complacência para com a ingratidão, a pulhice, os sentimentos rasteiros. Claro que tens defeitos: alguns divertem-me, outros enternecem-me, nenhum me incomoda, talvez por serem os defeitos das tuas qualidades da mesma maneira que um automóvel possui os travões adequados à potência do motor. Se fosse Deus não mudava grande coisa em ti: talvez trocasse um móvel de posição, alterasse uma jarra, substituísse um quadro. Na casa não mexia: agrada-me que seja como é.

E depois claro que te foi dada uma inteligência superior e isso não vale a pena mencionar porque no meu caso não me serve de nada, ninguém é tão estúpido como um homem inteligente e muitas das asneiras que fi z conhece-las de ginjeira. Lembras-te da mãe
– Tão inteligentes para umas coisas, tão estúpidos para outras mas eu canalizei tudo para a escrita, construí-me para isso e os teus interesses são mais variados que os meus. E no meio disto somos tão ingénuos ambos, sensíveis à lisonja, por vezes completamente parciais, cegos em relação aos amigos, de julgamento turvado quando os afectos se misturam nele. É curioso como, sendo diferentes, temos coisas idênticas. O pai não queria filhos, queria campeões de karaté.

Conseguiu-os e o preço disso foi uma parte nossa amputada e uma sede de amor sem limites, em ti cuidadosamente escondida. A gaita é que eu sou desbocado e tu não, vivo nas nuvens e tu só às vezes, porque eu vivo nas nuvens e das nuvens e tu tens de confrontar-te com uma realidade imediata que te dá um peso específico maior que o meu e uma relação necessariamente pragmática com certos aspectos do quotidiano. Estou para aqui a escrever isto e a pensar na educação que recebemos, normativa, implacável, no limite da impiedade e da dureza. Quantas vezes nos revoltámos contra ela e, no entanto, que importante foi. Um pai que competia connosco e, mais tarde, te invejava. É terrível a relação do fi lho com o pai, julgando-se mutuamente numa ferocidade sem doçura.

Nunca foi doce. Nem tolerante. Que egoísmo horrível naquele homem. E por baixo disso tudo uma vaidade em nós, ou antes uma vaidade nele dado imaginar (a imaginação não era o seu forte, nem o sentido de humor, nem a criatividade) que nos havia feito peça a peça e não fez. Não nos poupava mas poupava-se a si. Dito desta forma parece que lhe quero mal. Não quero. Só que não me acho em dívida: o preço foi alto. Levou a vida que quis, como quis, e impunha-nos à força a sua vontade. É curioso, João: dá-me pena que tenha morrido. Movia-se por paixões, entusiasmava-se e gostava de nós através das nossas filhas por lhe ser impossível amar-nos abertamente.

E contudo, mau grado o que acabo de dizer, não duvido do seu amor e de um orgulho genuíno nos filhos, que fazia os possíveis por disfarçar. Estou a ser injusto, de longe em longe descuidava-se. E apesar do que afi rmo, gaita, era, é o nosso pai. Não esqueço as palavras de Herculano a propósito de Garrett que ele repetiu dúzias de ocasiões ao longo dos anos

– Por meia dúzia de moedas o Garrett é capaz de todas as porcarias, menos de uma frase mal escrita

ou da ordem de Filipe Segundo ao arquitecto do Escorial

– Façamos qualquer coisa que o mundo diga de nós que fomos loucos
e como esses dois preceitos se gravaram na gente. Isto foi importante para além do que declarei a teu respeito e herdaste dele de facto: a honestidade, o rigor e a coragem. É bom ser filho de um homem desta têmpera e essas qualidades nasceram contigo. Talvez com outro pai houvesses sido igual, não sei. Capaz de todas as porcarias menos de uma frase mal escrita: para mim foi um tiro na mouche. Em cheio.
E estou-lhe grato por isso. Estou-lhe grato também pelos irmãos que foram aparecendo, a chorarem como uns danados até aos dois anos, raios os partam. À mãe igualmente claro, de quem a avó nos dizia

– Vocês matam a vossa mãe
numa convicção que me confundia. Via-nos a apunhalá-la com a faca do pão, a da serrilha grande, e ela a torcer-se na cozinha. Felizmente sobreviveu à faca e segue viva da costa. Agora, há uma semana, sucedeu aquilo do Pedro e de novo te admirei, mano, a tua efi ciência, a tua capacidade de decisão, o teu valor, a rapidez pragmática do teu afecto, eu que de pragmático, pobre de mim, nada tenho.

Quando acabaste de operá-lo apeteceu-me beijar-te. Claro que não beijei mas sabes que beijei: és o meu irmão João. Aquele a quem me une um silencioso princípio de vasos comunicantes. E com que alegria repito isto dentro de mim: o meu irmão João. O meu irmão João para sempre.

PBLICADO POR
João Brito Sousa

terça-feira, 16 de setembro de 2008

IMPRENSA/ RECORD




JESUALDO COMENTA RELATÓRIO DO TAS


Jesualdo abriu uma excepção não falando, na conferência de imprensa desta terça-feira, apenas do jogo da Liga dos Campeões com o Fenerbahçe. O treinador do FC Porto comentou as notícias de um relatório do TAS que terá arrasado a Liga e a Federação portuguesas, ilibando os dragões no chamado "Apito Final"


OPINIÃO


JESUALDO FERREIRA é um homem que deveria ter acompanhado o futebol nestes últimos vinte e cinco anos. Ao dizer o que diz pareece não ter a companhado. Uma pergunta, acha justo o que se passou no U.Leiria/ FCPorto da época passsada. Outra, na sua opinião qual foi o papel do Dr. Adriano Pinto no futebol português.


JoãoBrito Sousa

sábado, 6 de setembro de 2008

IMPRENSA/JN

OPINIÃO

ESPERO QUE NÃO SEJA CANONIZADO

F.C. Porto: Parecer contraria Freitas

Defesa de Pinto da Costa entregou no Tribunal opinião contrária à que legitimou castigos do Conselho de Justiça

A defesa de Pinto da Costa entregou no Tribunal Administrativo um parecer que contraria o documento que serviu de âncora à Federação para validar as decisões da reunião de 4 de Julho do Conselho de Justiça.
Em 2002, Mário Aroso de Almeida assinou, em parceria com Freitas do Amaral, o livro "Grandes Linhas da Reforma do Contencioso Administrativo". Percorridas as 30 páginas do parecer sobre os acontecimentos da polémica reunião do CJ, que ratificou a despromoção do Boavista e a aplicação de suspensão de dois anos a Pinto da Costa, não restam dúvidas de que este professor da Faculdade de Direito da Universidade Católica não subscreve a mais recente publicação do ex-ministro dos Negócios Estrangeiros - "A Crise no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol".
"Ora, em nossa opinião, a partir das 17.55 horas, o CJ deixou de estar reunido, pois que o respectivo presidente, no regular exercício dos seus poderes, encerrou a reunião". Esta é uma das mais importantes conclusões do parecer elaborado por Aroso de Almeida. O documento, com data de 31 de Julho, foi solicitado pela defesa do presidente portista e anexado ao procedimento administrativo especial que Pinto da Costa interpôs no Tribunal Administrativo de Lisboa.
Ao contrário de Freitas do Amaral, Aroso de Almeida, reputado especialista em Direito Administrativo, entende que estavam criadas condições para, ao abrigo do artigo 14.º, nº. 3 do Código do Processo Administrativo, Gonçalves Pereira encerrar os trabalhos, classificando a decisão como "inteiramente coerente", na sequência de "um movimento de rebelião em relação ao presidente".
A reunião do CJ, recorde-se, aqueceu quando Gonçalves Pereira declarou o conselheiro João Carrajola de Abreu impedido de votar nos recursos interpostos pelo Boavista e por Pinto da Costa. Na análise a esta acção do então líder do CJ, Aroso de Almeida considera não existir exorbitação, embora admita que a decisão "parece enfermar de um vício de falta de pressupostos". Este é, aliás, o único reparo que o parecer aponta ao procedimento de Gonçalves Pereira. De qualquer forma, acrescenta que a decisão em causa "só era passível de impugnação junto dos tribunais administrativos".
O processo disciplinar instaurado pelos conselheiros ao presidente do CJ também é considerado irregular, desde logo porque "tal matéria não constava, na verdade, da ordem de trabalhos da reunião".
Não restam dúvidas de que, segundo Mário Aroso de Almeida, a reunião em que foram votados os recursos de Pinto da Costa e do Boavista não tem qualquer validade e leva com carimbo de "inexistente": "... os membros do CJ deveriam ter feito na sequência da referida reunião era promover a convocação de uma nova reunião extraordinária (...), em ordem a tentar obter aprovação das deliberações, que, apressadamente, pretenderam adoptar, ainda no próprio dia 4 de Julho de 2008".
Para além de reprovar a acção dos membros do CJ que deram andamento à reunião, em contraste com a aprovação de Freitas do Amaral, Aroso de Almeida, que também é consultor do Gabinete de Política Legislativa e Planeamento do Ministério da Justiça, esclarece que o "vício de desvio de poder", atribuído a Gonçalves Pereira pelos conselheiros que continuaram a reunião, "carece de prova". Desta forma, o parecer desmonta toda a argumentação dos conselheiros, tornando-se mais uma arma importante na defesa de Pinto da Costa junto do Tribunal Administrativo
O MEU COMENTÁRIO
A notícia do JN vem colocar o especialista Mário Aroso contra o especialista Freitas do Amaral, em matéria de Direito Administativo, ou, por outras palavras, Mário Aroso entende que o Presidente do CJ da FPF teria argumentos suficientes para suspender a reunão às 17 e tal quando havia assuntos importantes a resolver.
Mas quem é Aroso? È um catedrático da FDPorto além de outras tarefas que desempenha m outras Universidades.
Espanta-me a ligeireza dos comentários de Mário Aroso que, em minha opinião, não possuem solidez jurídica para sustentar a decisão do Presidente do CJ da FPF, como válida.
Não estou portanto de acordo com a decisão de Mário Aroso.
jbs