quarta-feira, 8 de setembro de 2010

SERÃ AQUI

QUE ESCREVEREI POIS AQUI COMECEI.

Para começar um abraço para Washington.. A ideia veio daí e eu aceitei-a. A Diáspora. lembro-me bem. Acho que sim, é publicável.
ANTÓNIO SIMÕES JÚNIOR


Sou grande admirador das gentes de Olhão, sobretudo depois de tomar conhecimento dos 19 que foram ao Brasil informar o Rei da expulsão dos franceses. Hoje, depois de ter tomado conhecimento de alguns vultos da cultura olhanense, rendo-me à cidade, onde se passeou o poeta
António Simões Júnior, o poeta sensível que tentou ser justo e tem toda a minha grande amizade e reconhecimento.
Apesar de Olhão ter outros poetas, é Simões Júnior que mais me encanta e me entra na alma, sem desprimor para os outros, evidentemente. É um autor de palavras suaves, cuja melodia desliza docemente pelo seu interior, conseguindo depois transmitir para fora de si, numa harmonia de palavras simples, essas imagens de criação poética fantástica e de poderoso encantamento. Como se pode ver a seguir.

“Eu sou o rapaz do café/ de lenço branco e cara amarela/ que de noite, a horas incertas/ venho sentar-me na mesa do canto”...

Este homem, que parece ter tido uma relação de felicidade com a vida, pelo menos parece-nos ver isso nos seus versos, foi um homem que lutou para ganhar a justiça social primeiro e o bem estar social depois, em tempos difíceis da sua existência, tudo a favor dos outros.
A poesia tem a particularidade de nos tornar felizes, como eu fico depois de ler estes versos de Simões Júnior,

— E quando o criado vem,/ peço o clássico café/ e fumo cigarros/ num atordoamento/ Concentro-me monotonamente e fico pasmado a olhar,
a olhar;/ neurastenia de tudo quanto vejo, ou não vejo,/ neste antro de fumo, onde a alegria se perde…e o pilar do tédio a crescer, a crescer,/ ameaça converter-se
numa tempestade horrível que não posso dominar!

Digamos que a poesia precisa da vida e a vida precisa da poesia, ou dos poetas. Poeta é aquele que transporta consigo o problema dos outros, que ao fim e ao cabo são os seus também, e os expõe numa forma graciosa e atraente. provocando a quem lê, uma certa dose de alegria e encanto. É essa a grande virtude de Simões Júnior, que se entende bem com essa forma de comunicar, tratando nos seus versos o problema do homem, a direcção e o caminho que a vida destes deve assumir, o problema da solidão, da estupidez que é a guerra e outros.
Simões Júnior é um poeta que encanta, que merece o respeito de todos os olhanenses e a quem falta o devido reconhecimento público.
Eu gosto do que Simões Júnior nos canta, do percurso de Homem que teve e do enorme poeta que ainda é e, que, como tal, ficará consagrado pelas gentes da cidade de Olhão.
É também por isso que eu gosto de Olhão.

(publicado no jornal "O Olhaneñse"

JBS

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