Caro professor,
ele (o filho) terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, por cada vilão há um herói, que por cada egoísta, há também um líder dedicado, ensine-lhe por favor que por cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada, ensine-o a perder mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso, faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros do céu, as flores do campo, os montes e os vales
.Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos. Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir a todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando esta triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram. Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.Eu sei que estou a pedir muito, mas veja que pode fazer, caro professor."
(Abraham Lincoln, 1830)
recolha de
João Brito Sousa
Lincoln, uma incógnita
ResponderEliminarSobre Lincoln existe uma biblioteca que deve comportar milhares de livros.Foi a primeira vez que tive conhecimento desta carta. Sem ser um especialista mas interessando-me pela vida deste homem,pósso ver a mão de Lincoln, a mesma que escreveu o discurso do fim da guerra em Getysburg e onde todos os verões me desloco em romaria e presto o meu respeito e homenagem a todos os caídos na maior batalha da história
É uma figura polémica como polémica foi a sua vida. Ainda hoje não é unanime a opinião dos americanos sobre o modo como conduziu a guerra da secessão e muitos sãos os que o apodam de traidor. Não é contudo a minha opinião.Uma coisa é certa, se ele tivesse perdido a guerra a geopolitica actual teria uma configuração que nem de perto nem de longe seria a que conhecemos.Os Sulistas diferiam 180 graus dos Nortistas. Duas hipóteses teriam surgido. Uma,um país unficado com os ideais do sul. Outra, dois países, em que o sul seria o aliado natural anos mais tarde da Alemanha com todas as consequencias que não são díficeis de imaginar.
Foi um autodidacta,subiu a corda a pulso nunca abdicando dos seus principios.
Se fosse hoje, seria um bisexual assumido. Viveu com outro homem partilhando o mesmo leito e não o negando.
Mary Todd uma rica herdeira do Michigan com quem se casou enlouqueceu após a morte do filho ainda antes do assassinato.
Uma vida trágica,com um fim trágico mas que lhe valeu a pena viver.
Vale sempre a pena viver não vale?
Eu creio que sim...mesmo uma vida vazia é sempre uma vida,um sentir...e ver a preocupação que Lincoln dedicava à educação do filho é um exemplo cada dia mais raro neste mundo egoísta que nos cerca e,às vezes nos sufoca.
Abraço.
Diogo